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Para PC, jogo de plataforma "Mr. Bree+" é o "Super Meat Boy" brasileiro

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

28/11/2013 16h00

Plataforma parece ser o gênero favorito dos pequenos desenvolvedores. De "Braid" a "Limbo", ofertas no estilo criadas por estúdios indie não faltam internet afora - mas ainda são poucos os jogos que se encaixam nesse rótulo e foram produzidos em território nacional.

O brasileiro do TawStudio "Mr. Bree+", já disponível para compra nas lojas online GOG, Desura e Nuuvem, e aguardando o apoio dos fãs no serviço Greenlight do Steam, é um deles. Uma mistura dos visuais de "Toki Tori" com as mecânicas cruéis de "Super Meat Boy", o game surpreende pela engenhosidade de seus estágios.

TRAILER INTRODUZ O HERÓI SUÍNO DE "MR. BREE+"

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Porco

"Mr. Bree+" conta a história de um suíno pai de família que acorda de repente, sem memória, poderes ou notícias do paradeiro de sua família. Desesperado, ele corre em direção à floresta para tentar recuperar suas lembranças e encontrar seus entes queridos.

Na medida em que ele percorre os estágios, ele vai coletando peças do quebra-cabeça que representam suas memórias perdidas. Logo, ele começa a desvendar os mistérios por trás de seu cruel destino, enquanto desafia em suas lembranças as fases destraváveis passadas em um matadouro.

A natureza fútil das mortes em "Mr. Bree+" remetem diretamente à fórmula de "Super Meat Boy", em que um estágio só é completado após muita persistência. Além dessa herança óbvia, o game ainda tem influências fortes de "Mega Man", "Castlevania" e outros clássicos do Super NES e do Mega Drive, nas palavras de sua equipe criativa.

  • Alemão, espanhol e português são três dos idiomas que "Mr. Bree+" fala

Porco brasileiro

"Somos uma produtora independente, então nunca pensamos em buscar [ajuda externa para lançar o jogo]", explica Marcelo Lopes, do TawStudio. "O desafio era que nós mesmos conseguíssemos terminar e lançar um jogo para PC".

De acordo com o desenvolvedor, cinco pessoas trabalharam no jogo, que visa não apenas o mercado local, mas também o global. "O inglês é o idioma principal do game. Isso porque o jogo foi feito para todo mundo, e não só para brasileiros", afirma Marcelo. "Assim como 'Kingdom Rush', que é do Uruguai, está em inglês. 'Machinarium', que é da República Tcheca, também. 'Angry Birds', da Finlândia; 'Limbo', da Dinamarca, e por aí vai".

Trailers, o site oficial, e até mesmo cutscenes de "Mr. Bree+" estão em inglês - apesar de o jogo também ter outros cinco idiomas, incluindo, claro, o português. "O principal fator que motiva essa opção é a necessidade de alcançar todo mundo", afirma Marcelo.

Brasileiro

Para Marcelo Lopes, o mercado brasileiro de desenvolvimento de games está em ascensão. "Não há diferença de qualidade entre a produção nacional e a internacional. Cada vez mais jogos interessantes estão aparecendo de todos os lugares", diz.

"A dificuldade para o brasileiro é que ainda estamos formatando o país politicamente para que as pessoas vejam videogame como cultura. Quando a tributação mudar e o país começar a enxegar games como uma atividade intelectualmente rica - tanto no desenvolvimento quanto no ato de jogar -, talvez aí sim consigamos nos comparar com o cenário internacional", conclui.