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Steam Controller é confuso e desajeitado, mas brilha na customização

Théo Azevedo

Do UOL, em Las Vegas*

09/01/2014 11h48

Acostumada a revolucionar o mercado de games quando se trata de software – vide “Half-Life”, “Portal” e, claro, o Steam -, a Valve decidiu avançar para o hardware com o Steam Machine. Porém, havia um problema: as máquinas, planejadas para levar a experiência de jogo no PC para a sala de estar, precisavam de um controle que emulasse a experiência com teclado e mouse, algo que os joysticks atuais não conseguem fazer.

A aposta da Valve Software para solucionar o problema é o Steam Controller, que introduz um novo conceito ao trocar os já tradicionais direcionais e alavancas por duas superfícies “hápticas”, ou seja, sensíveis ao tato. Na CES 2014, em Las Vegas, UOL Jogos teve a oportunidade de colocar as mãos no Steam Controller e se deparou com um esquema que, se por um lado é um tanto difícil e até frustrante de dominar, em compensação oferece uma experiência amplamente customizável.

CONTROLE EM MÃOS

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    A empunhadura lembra bastante os joysticks do Xbox, mas a aparência achatada da parte frontal dá um ar modesto ao acessório da Valve

À primeira vista, o Steam Controller não chama a atenção pela beleza: se na empunhadura o controle lembra bastante os joysticks do Xbox, a aparência achatada da parte frontal dá um ar bastante modesto ao acessório. Porém, não se engane: por trás das tais superfícies hápticas em forma de círculo, está uma engenharia de feedback bastante inovadora, que vibra de forma suave ao toque dos dedos.

Porém, jogar “Portal 2” ou “Metro: Last Light” com o Steam Controller mostrou-se uma tarefa frustrante e penosa, uma vez que é preciso “domar” a sensibilidade das superfícies hápticas, o que leva tempo – funcionários da Valve dizem ser questão de horas mas, sinceramente, é mais realista falar em dias.

Nos testes do UOL Jogos, a superfície háptica da direita fazia as vezes dos comandos WASD, enquanto a esquerda emulava as setas do teclado (ou o mouse). A impressão que se tem é a de domínio preciso dos comandos, mas o duro é colocar isso em prática, seja para mirar no alvo ou simplesmente se locomover de forma ágil pelo cenário.

Sim, é preciso lembrar que mesmo os layouts dos controles de Xbox e PlayStation, em suas épocas, exigiram uma curva de aprendizado, especialmente para quem vinha do PC (teclado + mouse) e tinha que se habituar às alavancas e direcionais. Entretanto, o Steam Controller é ainda menos amigável nos primeiros momentos.

Experiência personalizada

Onde o Steam Controller brilha são nas possibilidades de customização: todos, absolutamente todos os comandos do controle, são passíveis de personalização.

É possível até mesmo aumentar o tamanho da “zona morta”, ou seja, o espaço no centro de cada superfície háptica que, caso acionada, não desempenha comando algum.

É um recurso bacana, mas fica a indagação: você vai querer se dar ao trabalho de mexer nessas configurações para cada jogo? Ok, é provável que não, mas alguém no mundo o fará; por essa razão é possível salvar layouts e torna-los públicos no Steam, então certamente haverá rankings com os melhores layouts para cada game.

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    O controle pode ser personalizado conforme o jogo, substituindo funções do teclado

O joystick ainda conta com dois botões de ombro, dois gatilhos e, na traseira, outros dois botões maiores. Na parte frontal, há mais quatro botões e um "quadrado" dividido em quatro botões também. Pois é, botão é o que não falta...

Após cerca de uma hora com o Steam Controller, fica a impressão de que ainda é melhor jogar no PC com o controle do Xbox. Porém, nos casos de RTSs ou mesmo MOBAs, em que a combinação teclado e mouse ainda é fundamental, o controle pode se sobressair, hipótese que apenas testes mais exaustivos permitirão refutar ou não.

VEJA DEMONSTRAÇÃO DO STEAM CONTROLLER

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*O jornalista viajou a convite da Kingston.