Topo

'Guru' da King explica os motivos por trás do sucesso de "Candy Crush Saga"

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

07/03/2014 18h00

Poucos jogos foram tão comentados quanto "Candy Crush" em 2013.

Mesmo quem não curte o gênero quebra-cabeça ou não tem o costume de jogar no celular ou no Facebook testou o game por causa de todas as discussões ao seu redor. As recomendações passaram de boca em boca, e o sucesso resultante foi tamanho que mais de 500 milhões de pessoas já baixaram o jogo.

Hoje um fenômeno mundial, "Candy Crush Saga" nasceu na Suécia - lar de outra febre independente, "Minecraft". Para Tommy Palm, guru de jogos do estúdio King, a popularidade de produções do país não é uma surpresa. "Games sempre foram um fenômeno aqui. Nosso clima ajuda. Os longos e escuros invernos são perfeitos para jogar", explica.

ASSISTA AO TRAILER DE "CANDY CRUSH SAGA"

  •  

Fórmula de sucesso

Falando ao UOL Jogos, Palm demonstra orgulho na performance alcançada por seu estúdio. Diariamente, mais de 1 bilhão de sessões de seus jogos são iniciadas ao redor do mundo, enquanto mais de 280 milhões de fãs únicos experimentam os mesmos em um período de um mês.

"Na King, seguimos uma receita especial para criar games que nos ajuda a remover um pouco dos riscos de investimento", revela. "Nós começamos projetos com times bem pequenos e criamos protótipos com apenas um nível, e depois colocamos ele em nosso site. Só damos prosseguimento ao trabalho se ele fizer sucesso na página".

"Candy Crush" passou por esse processo e tornou-se popular por uma série de fatores, de acordo com Palm. "Em primeiro lugar, o tema de doces é universal. É algo familiar para todo mundo. Ele toca nas memórias da infância das pessoas, e se encaixa muito bem em um game com muitas cores e formas distintas".

"Acessibilidade é outro fator importante", prossegue. "O jogo é gratuito, está disponível em uma série de aparelhos. Você pode carregar ele com você e jogá-lo no ônibus e depois aproveitá-lo no conforto de sua sala de estar no computador".

"Por último, e não menos importante, é o fator social. O fato de que os jogadores estão aproveitando as mesmas experiências que seus amigos e parentes ajuda muito na longevidade do game", admite o executivo.

ACREDITE: "CANDY CRUSH" TEM FIM

  • Para a maior parte dos jogadores, pode parecer mentira... Mas "Candy Crush Saga" tem um fim. Mariana Trindade, estudante de administração, descobriu isso em primeira mão após 9 meses com o game. "Até passar das 100 primeiras fases eu comprava itens com dinheiro de vez em quando, mas depois vi que não valia a pena e parei", explica. "A sensação de terminar foi um alívio absurdo, porque fiquei realmente viciada no jogo. Parece bobo, mas é difícil de largar".

Outros 'hits'

Tommy Palm reconhece que a indústria cobra muito dos estúdios, e que ninguém pode se acomodar às custas de um único sucesso. Para ele, porém, não é isso que a King está fazendo: "Dos cinco jogos mais populares no Facebook hoje, três são da King".

No Brasil, a presença da King não é diferente. "[O país] tem uma cultura de jogadores muito forte, e nós enxergamos isso. Sabemos que temos muitos fãs no Brasil, e não só de 'Candy Crush'", revela.