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25 anos após o primeiro Game Boy, qual foi o legado do pequeno notável?

André Cáceres

Do UOL, em São Paulo

21/04/2014 13h09

Lançado no Japão em 21 de abril de 1989, o Game Boy não foi o primeiro console portátil, mas foi, sem dúvidas, o mais importante. Talvez os jogadores de gerações mais recentes não entendam o impacto desse videogame, mas ele foi fundamental para o surgimento de franquias consagradas como "Pokémon".

É possível estabelecer um paralelo válido entre o Game Boy e os smartphones de hoje em dia, que permitiram executar os trabalhos do computador sem a necessidade de estar preso a uma máquina fixa. O pequeno notável da Nintendo fez uma revolução tão grande quanto o Atari 2600, que popularizou os consoles caseiros – apesar desse também não ter sido o pioneiro na área, pois o Magnavox Odyssey veio bem antes.

Muito antes do Game Boy, já em meados da década de 1970, havia pequenos jogos eletrônicos de bolso produzidos pela Mattel. Em 1980, a Nintendo começou a lançar uma série de portáteis com apenas um título cada, chamados Game & Watch. Reza a lenda que Gunpei Yokoi, que anos depois criaria o Game Boy, viu um homem entediado brincando com uma calculadora e teve a brilhante ideia de transportar isso para o universo dos games.

No entanto, esses jogos eram meros passatempos simples e descompromissados. A grande inovação do Game Boy foi levar para os portáteis a complexidade de consoles de mesa, permitindo que se tenha a experiência completa de um título de peso em qualquer lugar. Tá certo, no começo não era bem assim: a psicodelia pixelada quase monocromática do Game Boy era alimentada por um processador de modestos 3,59 Mhz, o que não permitia grandes ousadias.

RELEMBRE UM COMERCIAL BRASILEIRO DO GAME BOY

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Mesmo com jogos em preto e branco, gráficos que não passavam de borrões de pixels e ruídos simples incompreensíveis, o Game Boy permitia a conexão entre os jogadores por meio do nostálgico e inovador cabo link. Graças a essa função, tornou-se possível jogar com outras pessoas mesmo num portátil, o que foi a base para a aparição dos monstrinhos de bolso da série "Pokémon".

O mais importante é que o saudoso console criou um conceito que perdura até os dias de hoje e que ficou cada vez mais vibrante a cada nova geração. Com os sucessores Color, Advance e, posteriormente, a família DS, além dos concorrentes PSP, Vita, Game Gear e os smartphones, ficou claro que os portáteis têm o potencial de levar os games a todos os cantos. Os títulos ficaram cada vez mais complexos à medida que a capacidade de processamento foi aprimorada. Se hoje podemos jogar títulos de peso em qualquer canto, isso se deve ao legado do Game Boy.

Indo dos games da própria Nintendo como “Legend of Zelda: Link’s Awakening”, “Oracle of Ages/Seasons”, “Kirby’s Dream Land”, duas gerações de “Pokémon”, “Metroid II” e “Super Mario Land” aos desenvolvidos por empresas third party como “Final Fantasy Adventure”, “Metal Gear Solid”, “Castlevania II: Belmont’s Revenge”, “Mega Man V” e “Ducktales”, a biblioteca de jogos do Game Boy original (o bom e velho 'tijolão' e suas variações, como Color, Pocket e Light) era extensa e variada.

Um verdadeiro marco na história dos videogames, o nostálgico Game Boy deu o pontapé inicial para toda uma indústria de portáteis há exatos 25 anos e sempre será lembrado pelas futuras gerações.