China libera venda de consoles mas não abre mão da censura pesada
Nesta semana, a China encerrou de uma vez por todas o embargo comercial para os consoles domésticos no país. A proibição da venda de videogames já durava 14 anos.
Assim, fabricantes como Sony, Nintendo e Microsoft podem disputar uma fatia do cobiçado mercado com mais de um bilhão de habitantes. Porém, o governo chinês revelou uma lista de regras para a censura de jogos, que inclui, por exemplo 'violência e uso de drogas'.
Veja abaixo a lista de regras para censura de games na China:
. Conteúdo relacionado à jogos de azar |
. Qualquer coisa que viole a Constituição Chinesa |
. Qualquer coisa que ameace a unidade nacional, soberania ou integridade territorial chinesa |
. Qualquer coisa que prejudique a reputação da China, seus interesses e segurança nacional |
. Qualquer coisa que instigue ódio racial/étnico, ou prejudique culturas e tradições étnicas |
. Qualquer coisa que viole a política da China sobre religião, promovendo cultos e superstições |
. Qualquer coisa que promova ou insinue obscenidade, uso de drogas, violência ou jogos de azar |
. Qualquer coisa que prejudique a ética pública ou a cultura e tradições chinesas |
Qualquer coisa que insulte, calunie ou viole os direitos dos outros |
. Outros conteúdos que violem a lei |
As regras são muitas e algumas soam um tanto abstratas ('qualquer coisa que prejudique a reputação e a segurança da China', por exemplo), mas parece claro que jogos "Call of Duty" e "GTA V" terão problemas para chegar às prateleiras chinesas.
SOMBRAS DO PASSADO
Não é só a China que tem restrições pesadas sobre o conteúdo dos jogos: na Alemanha, games não podem apresentar suásticas ou outras referências ao nazismo. Em "Call of Duty 3" (foto) o símbolo foi substituído por uma cruz de ferro.
Mesmo obras consagradas em todo o mundo, como os recentes "Tomb Raider", "BioShock Infinite" e "The Last of Us" não se enquadram nas restrições impostas pelo governo chinês.
Processo de publicação
Para publicar um game na China, o título precisará ser aprovado pelo departamento de cultura em Xangai, em um processo que levará no máximo 20 dias, informou o site Games in Asia.
Vale observar que, mesmo que o jogo seja aprovado, qualquer expansão por download deverá passar pelo mesmo processo antes de ser lançada no país.
Se o jogo for rejeitado, o desenvolvedor será informado dos motivos e poderá promover alterações no produto antes de submeter um novo pedido de avaliação.
O embargo para consoles foi estabelecido na China no ano 2000, após preocupações do governo sobre potenciais danos para o desenvolvimento físico e mental das crianças chinesas.
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