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"Watch Dogs" vai ter mais de 100 horas de conteúdo, diz produtor

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

09/05/2014 18h10

Um dos jogos mais aguardados nesse primeiro semestre é "Watch Dogs" e, mesmo com o lançamento batendo aí na porta, ainda existem segredos que queremos descobrir antes de colocar esse jogo em nossos videogames - ou computadores.

Thomas Geffroyd, diretor de conteúdo da franquia, veio ao Brasil para divulgar o jogo e conversar com a imprensa brasileira sobre "Watch Dogs".  UOL Jogos teve a oportunidade de conversar com ele e você vai ficar sabendo algumas curiosidades da produção.

O resultado você vê logo abaixo e o game em si aparece a partir do próximo dia 27 de maio, em versões para PlayStation 4, Xbox One, PS3, X360 e PC. Depois, em data ainda indefinida, o título aparecerá também para o Wii U:

Muitos especulam que o adiamento de "Watch Dogs" foi para não concorrer diretamente com "Grand Theft Auto V", lançado dois meses antes. Mas, segundo Geffroyd, o atraso foi realmente por ajustes de coisas que não estavam indo bem.

PlayStation 4 ou Xbox One?

  • Divulgação

    Hoje em dia a briga entre os donos de Xbox One e PS 4 é sobre aspectos técnicos. Para Geffroyd , não existe diferença significativa entre o poder de processamento dos dois consoles. "Eu acho que os consoles da nova geração são basicamente a mesma coisa. Se o 'Watch Dogs' for colocado em um PC de ponta, o do PC será melhor, assim como em qualquer outro jogo. Mas eu acho que no caso do Xbox One e PlayStation 4 é basicamente um empate".

"Estávamos bem tranquilos quando mostramos 'Watch Dogs' pela primeira vez e anunciamos a data de lançamento. Mas tivemos que adiar porque o jogo não estava tão bom quanto nós queríamos", disse.

"Esse é um jogo de pequenos sistemas e, quando juntamos todos eles, algumas coisas não estavam se encaixando direito. Algumas vezes os resultados eram diferentes do que prevíamos e aquilo não estava certo. Nós fizemos o nosso melhor para que as coisas funcionassem bem, mas quando colocamos os mafiosos, a polícia, os civis e o jogador juntos, às vezes o resultado não era bom. Então tivemos que tomar um tempo extra para fazer esses ajustes e deixar o jogo mais polido", explica Geffroyd.

Segundo o diretor, o adiamento não foi planejado pela equipe, mas foi necessário. "A questão de perder o timing [do lançamento dos novos videogames] não foi bom, é claro, o jogo está saindo muito mais tarde do que queríamos. Até nós mesmos queríamos que o jogo tivesse saído antes pois, com esse atraso, tivemos que passar mais meses trabalhando até tarde e passando mais finais de semana no escritório. Mas no fim das contas esse era o jogo que nós, os produtores, estávamos sonhando em fazer, se o jogo tinha que ser adiado para ficar do jeito que queríamos, que seja", conta.

Geffroyd terminou dizendo uma das frases mais marcantes de Shigeru Miyamoto, game designer da Nintendo: "Certa vez, Miyamoto disse 'é melhor ter um jogo adiado do que um jogo ruim', e foi exatamente isso o que fizemos".

Um pouco antes de "Watch Dogs" ser adiado, algumas imagens da versão de PS3 e X360 vazaram e mostraram um jogo que não era lá muito bonito. Geffroyd explicou.

"O que nos focamos foi em manter o espírito do jogo. A jogabilidade é bem similar. Tudo que temos nos novos consoles e PCs está nos consoles antigos com alguns efeitos a menos aqui e ali. As folhas não estão voando pelo ar de forma tão bonita no PS3, mas a experiência de jogo será a mesma. Os controles, a inteligência artificial, as missões, os NPCs a reação da cidade em relação a Aiden...  as pessoas vão se surpreender".

VEJA COMO É O MULTIPLAYER DE "WATCH DOGS"

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Tem gente que fala que "Watch Dogs" é nada mais do que um "Assassin's Creed" nos tempos modernos. "Essa comparação é muito lisonjeira. Estou feliz que as pessoas pensem isso. Entretanto, são jogos muito diferentes", explica Geffroyd. Segundo ele, existem muitas coisas que diferem "Watch Dogs" do 'outro' game da Ubisoft.

"A navegação é diferente, a forma como você interage com a cidade é diferente, sabe? Desde o primeiro dia sabíamos que a cidade teria um papel importante na jogabilidade. Coisas para hackear e todas as coisas que vêm disso. Não queríamos que a cidade fosse um pano de fundo bonito, queríamos que você brincasse com ela e que você não apenas andasse de carro por dentro dela", conta.

"Essas coisas não fazem parte de um 'Assassin's Creed' e é exatamente isso que é o elemento central do que estamos fazendo - e é obviamente o que faz os jogos serem tão diferentes", diz o diretor.

"Watch Dogs" é um game que reúne sistemas de diversos games da Ubisoft e um dos mais evidentes é o de evolução de habilidades, inspirado em "Far Cry 3". "Fazendo certas coisas dentro do jogo você ganha pontos para investir em habilidades. Você pode adicionar pontos em direção ou em pistola ou em sua habilidade de hackear ou você pode querer melhorar um pouco de cada", diz .

Mas não é só isso, como qualquer jogo de mundo aberto que se preze, existem muitas missões principais e paralelas para entreter o jogador por muito tempo - alguém se lembra de "Assassin's Creed"? Se depender dos produtores de "Watch Dogs", você terá muito o que fazer na Chicago virtual.

"A verdade é que para você fazer 100% do conteúdo do jogo serão necessárias mais de 100 horas. Temos muito conteúdo e as pessoas vão perceber isso quando entrarem no jogo", conta Geffroyd. "Passamos muito tempo falando dos gráficos. Queríamos ser a vitrine dos jogos de nova geração não só por ter gráficos bonitos, mas também pela quantidade de conteúdo e é nisso que temos trabalhado nos últimos anos", explica.

O conceito de cidades inteligentes está se tornando cada vez mais real e está fazendo parte do nosso dia-a-dia. Tanto que o Rio de Janeiro é considerado pela equipe de "Watch Dogs" um desses centros urbanos que está despontando no mundo.

Leitura hacker

  • Assim como "Assassin's Creed", "Watch Dogs" vai chegar às lojas e terá um livro para você continuar a vivenciar a história criada para esse universo hiperconectado. Segundo Geffroyd, o livro que chegará com o game vai trazer algumas surpresas. "O livro vai sair junto com o livro e é escrito por John Shirley, um dos pais do cyberpunk, e vamos ver um novo herói, Mick Wolfe, mas você vai ver Aiden e outros personagens do jogo e é bem legal, pois vamos ver o mesmo mundo de outro ponto de vista".

"Quando começamos a criar 'Watch Dogs' queríamos que a cidade fizesse parte da jogabilidade. E aí reparamos nas câmeras que estão ao nosso redor o tempo todo e aí nos deparamos com o conceito de 'Cidades Inteligentes'. Vimos que uma dessas cidades era o Rio de Janeiro, que recentemente fez parcerias com empresas de tecnologia como IBM e Cisco para desenvolver esquemas de automação e controle de tráfego, energia elétrica, e coisas do tipo", conta o diretor.

Geffroyd até traça um paralelo sobre o que esperar das cidades inteligentes e como isso pode acabar chegando ao Brasil, "Não tenho os dados concretos do Rio agora, mas Chicago é a cidade mais vigiada dos EUA, com mais de 24 mil câmeras de vigilância que são monitoradas 24 horas por dia. A maioria delas com sistema de reconhecimento facial".

Segundo ele, a capital carioca pode virar uma grande 'Cidade Inteligente' da atualidade, "Chicago é um celeiro dessas novidades e acaba influenciando outras cidades. Londres, que é uma das cidades mais vigiadas no mundo, recebeu um reforço gigantesco durante as Olimpíadas. E voltamos o olhar para o Rio de Janeiro, que está recebendo um grande investimento nesse sentido também por causa dos Jogos Olímpicos e está se tornando uma das grandes 'Cidades Inteligentes' do mundo", conta.