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E3: "Hardline" parece mais extra de "Battlefield 4" do que jogo policial

Pablo Raphael

Do UOL, em Los Angeles

11/06/2014 07h25

Quanto maior o 'hype', maior a queda. E se “Battlefield: Hardline” era um dos jogos mais carregados de expectativas da E3 2014, o tombo veio já no primeiro contato com o game.

Produzido pela Visceral Games, estúdio da premiada série “Dead Space”, o jogo foi revelado alguns dias antes da feira e prometia uma abordagem nova para a franquia de tiro, com homens da lei e bandidos se enfrentando em seqüências de ação intensas e clima de seriado policial.

Ao jogar algumas partidas de “Hardline”, porém, é difícil não ter a sensação de que o game oferece pouco mais que uma adaptação estética de “Battlefield 4” para a temática policial.

Saem os tanques de guerra e caças, entram viaturas, camburões, motos e sedans. Fuzileiros viram soldados de operações especiais da polícia e os inimigos trocam a farda por ternos e capuzes. Ao menos na amostra multiplayer oferecida pela EA, essas são as maiores diferenças entre “Hardline" e “Battlefield 4”.

Linha dura

A jogatina para 64 jogadores segue presente (o game estava rodando no PS4), com todos os elementos do jogo de tiro da DICE, como o cenário destrutível, mapas enormes e a exigência de trabalho em equipe para atingir a vitória - que, no caso, vinha do time que conseguisse carregar mais sacolas de dinheiro até furgões posicionados estrategicamente.

Os soldados se dividem em dois times com vários pelotões menores, exatamente como nos outros “Battlefield”. Você escolhe uma classe para o policial ou bandido, cada uma com funções específicas e equipamentos próprios, que são desbloqueados conforme se adquire experiência nas partidas. Para os veteranos da série, não há nada de novo para se ver aqui.

O problema é que, por mais divertido que “Hardline" pareça, não parece nem de longe um jogo de polícia e ladrão. É um jogo sobre trinta e dois bandidos trocando tiros e jogando granadas em 32 agentes da lei, em ruas sem nenhum civil na rua ou nos prédios para servir de refém, como se a cidade estivesse abandonada.

E no meio disso, prédios caem sem nenhuma grande razão aparente além de mudanças dinâmicas no mapa do jogo, o chamado “Levolution" de “Battlefield 4. E veja bem, um prédio implode no meio da cidade, levantando fumaça e espalhando destroços que não atingem ninguém, nenhum dos 64 jogadores presentes na partida. Ou seja, caiu pra que?

Quando o assunto é brincadeira de polícia e ladrão, “Battlefield: Hardline” se mostra bem atrás de “Payday 2” (já disponível para PC, PS3 e Xbox 360) ou do que foi exibido em “Rainbow Six: Siege”, promissor shooter tático da Ubisoft.

VEJA A GENEROSA DEMONSTRAÇÃO DE "HARDLINE" NA E3

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Visual mediano

O game testado ainda está longe de ser finalizado, o que pode justificar os gráficos apenas razoáveis, com texturas lavadas aqui e ali, principalmente nos veículos civis. O que se percebe sem dúvida é que a atmosfera é muito mais de um “Battlefield" num cenário urbano do que um jogo policial como foi sugerido pela EA e pela produtora Visceral Games.

Da mesma forma, não se fala de uma campanha solo, mas o trailer de divulgação de “Hardline" sugere uma campanha solo, protagonizada por uma dupla de policiais lidando com o crime nas ruas de Los Angeles. Só não sabemos ainda se será algo na linha de “Dia de Treinamento" e “Reis da Rua” ou exagerado, explosivo e inconsequente como um “Máquina Mortífera”.