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E3: Exclusivo de PS4, "Bloodborne" expande ideias de "Dark Souls"

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do Gamehall, em Los Angeles

12/06/2014 18h05

A Sony não quer cometer o mesmo erro duas vezes. Após ignorar “Demon’s Souls” no Ocidente e ver o game passar de desconhecido para sucesso cult para um dos mais influentes títulos de sua geração longe de suas mãos, a empresa agarrou uma oportunidade e anunciou “Bloodborne”, exclusivo para o PlayStation 4.

Desenvolvido através de uma parceria entre Sony e From Software, o game segue a fórmula já esperada de um projeto de Hidetaka Miyazaki, criador da série “Souls” - mas oferece novidades suficientes para diferenciar-se, e até potencialmente atrair jogadores diferentes.

Em apresentação ao UOL Jogos, o diretor esclareceu: o título não é uma sequência para “Demon’s Souls”, mas sim um novo projeto que expande e retrabalha suas principais ideias.

Sangue podre

Construída com uma arquitetura gótica reminiscente da Inglaterra vitoriana, a enorme cidade de Yharnam era conhecida ao redor do mundo por abrigar remédios para os mais diversos males. Assim, viajantes do mundo inteiro peregrinavam até seus portões, buscando soluções para suas aflições.

Como era de se esperar, Miyazaki ainda não quer ou não pode responder todas as perguntas a respeito de seu novo jogo. “Bloodborne” terá magia como os títulos “Souls”? Ele não diz. Como funcionará seu modo online? Vai saber. Taxa de quadros por segundo? A meta é 1080p e 30 FPS. Sim, ele respondeu essa. Curioso.

Ao chegar às muralhas, porém, o protagonista de “Bloodborne” encontra um mal ainda pior do que o seu. Os habitantes da cidade tornaram-se excessivamente violentos e monstruosos, ameaçando todo e qualquer tipo de vida.

Segundo Miyazaki, a trama do game será importante - mas continuará escondida, ao alcance apenas daqueles que a perseguirem. Descrições de itens, diálogos opcionais e detalhes nos cenários trarão à vida a mitologia desse novo mundo, e não ‘cutscenes’ como ditaria o padrão.

O velho e o novo

O sentimento de missão cumprida a cada inimigo derrotado; a tensão de explorar uma nova área; o medo de ficar face a face com um chefe: todos esses elementos já conhecidos para qualquer jogador de “Souls” aparecerão no novo jogo de Miyazaki, como o próprio promete.

Mas nem tudo será mais do mesmo. A principal mudança? “Em ‘Demon’s Souls’, o combate era bastante passivo. Em muitos momentos, a melhor ação era não se mover, mas sim ficar parado, protegido por um escudo”, explica o diretor. “Em ‘Bloodborne’, isso não existe mais. Os jogadores precisarão ser pró-ativos, e quem ficar parado morrerá”.

No lugar do escudo, portanto, entra uma arma de fogo - na demonstração, a espingarda do protagonista repelia seus oponentes por alguns segundos por atordoá-los.

E na outra mão do herói estava a outra mudança. “Nos jogos anteriores, tínhamos vários tipos de armas tradicionais. Neste, criamos uma série de armas diferenciadas, capazes de se transformar, com complexidade suficiente para compensar pela menor variedade de opções”, detalha Miyazaki, referindo-se ao exemplo de uma lâmina contrátil, que podia ser estendida ao comando do jogador mesmo no meio de um movimento de ataque.

Para todos?

“Idealmente, todo mundo que quisesse deveria ser capaz de pegar o controle e jogar ‘Bloodborne’ do início ao fim”, revela Miyazaki. Mas a realidade não é assim, ele sabe - e garante que não fará concessões em termos de dificuldade. “Se alguém for totalmente incapaz de passar por algum chefe ou trecho do jogo, só me resta pedir desculpas”, diz, rindo.

A demonstração presente na E3 2014 prova que o game está bem longe de pronto. Mesmo assim, ele já está bonito a um nível esperado de um exclusivo para a nova geração. Principalmente para um jogo que, segundo seu diretor, terá uma enorme variedade de tipos diferentes de áreas.

Com lançamento exclusivo para o PlayStation 4, “Bloodborne” deve sair em 2015.