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E3: "Metal Gear Solid V" é estrela solitária em E3 fraca da Konami

Pablo Raphael

Do UOL, em Los Angeles

13/06/2014 10h25

Com participação modesta na E3 em 2014, a Konami é só uma sombra do que foi no passado: um estande discreto, sem grandes destaques visuais na parte externa escondia no interior um dos mais promissores jogos do evento: “Metal Gear Solid V: The Phantom Pain”.

A superprodução com ares cinematográficos da Kojima Productions era a estrela solitária da publisher japonesa, que carece de grandes títulos no momento. Com exceção do inevitável “PES 2015” - que até marcou presença na feira, mas detalhes só aparecerão no próximo dia 25 de junho -, a Konami arrisca passar o segundo semestre em branco.

A situação desconfortável da empresa não diminuiu o brilho do próximo “Metal Gear Solid”. As apresentações do jogo, realizadas a portas fechadas no evento, eram das mais concorridas da E3. A espera valeu: a demonstração era dividida em duas partes, uma cheia de ação em um enorme deserto e a outra na base marítima dos Diamond Dogs, o grupo paramilitar liderado pelo veterano Big Boss.

O game chama atenção pela extensão do mapa para explorar. Segundo Hideo Kojima, criador da série, a área é 200 vezes maior do que o limitado “Ground Zeroes”. Será também um grande mundo aberto, que Snake pode explorar da forma que quiser. Completam a experiência um ciclo dinâmico de dia e noite e mudanças climáticas que incluem chuva e tempestades de areia.

A aventura se passa 9 anos depois dos eventos de “Ground Zeroes” e retratam um Snake severamente avariado: na demo, o velho soldado tem um braço mecânico e um estilhaço atravessado no crânio, que parece um chifre saindo da testa.

Snake conta com vários truques vindos dos jogos de PSP: “Portable Ops” e “Peace Walker” emprestam elementos como o balão para recrutar soldados e o gerencimamento da base para o jogo mais novo. Ao nocautear um inimigo, você pode prender um balão ao corpo caído e enviá-lo para a base dos Diamond Dogs.

É possível fazer o mesmo com veículos e até animais, como as ovelhas que perambulam pelos pastos do cenário. Os soldados e veículos se tornam parte da organização Diamond Dogs e podem ser usados como recursos especiais para Snake - como agentes de suporte, por exemplo.

Combate aprimorado

Para explorar o mapa enorme de “Phantom Pain”, você pode usar cavalos, optar por veículos (bem mais perceptíveis) e também usar um sistema de viagem rápida para lugares específicos já visitados.

Fazer isso, claro, tem seu preço: a exploração é recompensada com pequenos encontros divertidos e recursos que podem ser coletados e reutilizados para aprimorar as armas de Snake - bem como os recursos da série “Monster Hunter”.

A movimentação de Snake está mais fluida e lembra, de certa forma, os shooters ocidentais mais recentes. Quando atua furtivamente, o personagem usa o braço ciborgue para atrair inimigos, chacoalhando o pulso e provocando pequenas descargas elétricas.

O CQC, técnica de combate desenvolvida por Snake e sua mentora, The Boss, ganhou novos golpes, bem mais brutos e secos: usando o cenário, o herói agarra um inimigo pelo capacete e bate com a cara do infeliz num muro de pedra com uma única pancada.

Golpes antigos, como o desarmamento, seguem presentes, assim como a pistola com setas tranquilizantes e, vá lá, o humor excêntrico da série. Você pode usar um balão com um caixote de munição para nocautear um soldado inimigo - marque o local do pouso do balão sobre o guarda desavisado e acompanhe o resultado.

Um dos principais itens construídos na base de Snake (e enviado via balão para o soldado), é a caixa de papelão, que ganhou novas utilidades. É possível caminha com ela, sair pela parte de cima para atacar inimigos desavisados e, em caso de uma fuga urgente, escapar com um salto pela lateral - os soldados vão encontrar apenas uma caixa vazia.

ASSISTA AO TRAILER DA E3 DE "MGSV: PHANTOM PAIN"

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Apresentação primorosa

Único título de peso da Konami na E3, “Phantom Pain” é um dos mais bonitos exibidos na feira. Desde as sequências de animação que são marca registrada da Kojima Productions até as expressões realistas dos personagens principais e a textura das armas e roupas, tudo parece muito bem feito.

O mesmo vale para os cenários e paisagens. A sensação de profundidade e a vida independente que circula e habita o mapa de “Phantom Pain” são sem precedentes na série da Konami.

Fica a dúvida se, com a extensão do território e todos os efeitos climáticos (uma tempestade de areia engolfou Snake durante a demonstração, o que resultou, eventualmente, em um encontro cara a cara com um soldado inimigo), “Metal Gear Solid V” terá alguma chance de aparecer nos consoles antigos (PS3 e Xbox 360) ou se seguirá apenas com os novos PlayStation 4 e Xbox One.