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Fãs listam 5 mudanças que "Call of Duty" precisa fazer para brilhar de novo

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

07/07/2014 15h00

A série "Call of Duty" já mostrou sua força. Por quatro anos consecutivos, entre "Modern Warfare 2" e "Black Ops II", a marca quebrou o recorde de maior lançamento dos games em termos de vendas. Mas veio 2013, e "Ghosts" não conseguiu o mesmo feito. Apesar de ser impossível chamá-lo de fracasso, os números caíram.

A Activision não divulgou detalhes específicos sobre a performance do mais recente game, mas justificou sua queda de rendimento culpando a "volatilidade da transição entre gerações de consoles".

Fãs da série que testaram "Ghosts" e não gostaram do jogo, porém, têm uma outra versão dessa história. Eles culpam a falta de inovações, erros na parte de design e outros problemas - mas mostram-se otimistas quanto à possibilidade de "Advanced Warfare" corrigi-los. Assim, com base no que nos foi dito, UOL Jogos montou uma lista com os pontos que "Call of Duty" precisa melhorar para voltar a crescer.

"Antigamente, o modo campanha era importante. O enredo era diferente dos outros games da mesma temática, e não somente uma história do exército norte-americano atrás de terroristas", reclama Israel 'Bloodnight', que até hoje joga os títulos da série passados na Segunda Guerra. "Hoje em dia o enredo caiu no clichê das histórias de guerra moderna".

Apesar de o sucesso de "Call of Duty" ser transparente através de seu multiplayer online, a campanha do jogo continua sendo o principal destaque de cada lançamento para muita gente. E nos últimos anos, estas acabaram se misturando no imaginário dos fãs por causa de seus temas e cenários muito parecidos.

"A história é sempre a mesma, sem coisas novas - sempre no Oriente Médio atrás de terroristas ou em uma cidade grande atrás de conspirações", diz Gabriell Caires. "Lembro que no 'Black Ops' tinha uma fase sobre o Vietnã. Então por que não fazer um jogo inteiro lá? Eu não tenho problema com a quantidade de jogos da série, mas só se o conteúdo todo ano for diferente".

Revisitar guerras reais parece ser a vontade de grande parte dos fãs. Mas "Advanced Warfare" continuará olhando para o futuro. Em 2054, o game contará a história de um conflito protagonizado por forças paramilitares privadas.

Para Gabriel Felipe Martins, "Call of Duty" já foi a melhor franquia de shooters do mercado. "No início, os desenvolvedores souberam extrair o que tinha de positivo na concorrência e ainda melhorar esses elementos", afirma. "Mas depois de 'Modern Warfare 2', a franquia começou a reciclar suas próprias inovações de forma escancarada. Os games tornaram-se previsíveis".

O fã acredita que a Activision precisa criar novas convenções para o 'modo história', e não repetir sempre as mesmas. Deixem os corredores e as explosões intermináveis de lado. Para ele, a mistura entre mecânicas e enredo precisa ser atraente e desafiadora o suficiente para motivar os jogadores a descobrirem o final da trama. "É possível fazer isso mesmo com mais de 10 anos de história. Temos como exemplo 'Halo 4'", diz.

"Hoje em dia, parece que só fazem a campanha para dizerem que o jogo têm um modo offline", critica Israel.

"Advanced Warfare" chegará no final de 2014 prometendo ser o primeiro "Call of Duty" desenvolvido com o PlayStation 4 e o Xbox One em mente. Assim, ele deverá ser bem mais bonito do que "Ghosts" e seus predecessores. Mas, até que a Activision deixe para trás seu motor gráfico antigo, isso pode não fazer tanta diferença para alguns.

"Uma das coisas que me fez cansar de 'Call of Duty' foi a falta de um moto gráfico novo. Na verdade, o 'Ghosts' foi a gota d'água em relação a isso", reclama André Maciel.

É uma crítica válida. Afinal, a chamada "IW Engine" que alimenta os sete jogos mais recentes da série é, na verdade, uma versão altamente modificada da id Tech 3 de "Quake III Arena". Sim: aquele jogo de 1999. Até a publicação desta nota, a Sledgehammer Games não revelou qual será o motor gráfico que estará por baixo do capô de "Advanced Warfare".

"Eu sempre gostei muito dos 'perks' e das 'killstreaks', e eu entendo que há a necessidade de mudar esses sistemas com o passar do tempo. Mas as mudanças que aconteceram recentemente deixaram a personalização de soldados complexa demais", afirma André. "Hoje é difícil montar uma classe direito".

A cada novo jogo, o multiplayer de "Call of Duty" ganha uma camada a mais de complexidade - e isso pode ir contra a principal força da série: a acessibilidade.

Até mesmo o tamanho dos mapas de "Ghosts" mostram como complicar demais é um problema. "A cada game o design dos mapas piora um pouco, mas dessa vez chegamos ao fundo do poço. Eles estão horríveis: grandes demais, com muitos andares, muitas janelas. 'Call of Duty' sempre tem campers, mas com os mapas assim, eles ficaram muito piores".

Se é pra fugir das raízes simples da série, Guilherme Trentini até oferece uma solução: "Se esse é o público que eles estão buscando, talvez faria sentido reformular a mecânica da franquia, deixando de ser tão 'arcade' para tomar uma forma mais realista como 'Battlefield'.

A Sledgehammer ainda não revelou que rumo dará ao multiplayer de "Advanced Warfare".

"Seria interessante dar um tempo para a série - terminar com esse negócio de lançamentos anuais. A Activision já teve experiências ruins com esse esquema, como com as séries 'Guitar Hero' e 'Tony Hawk'", aconselha Israel.

A Activision lança novos "Call of Duty" anualmente porque os fãs sempre os compram, como os próprios executivos da empresa já disseram. Mas essa postura de quem busca sempre maximizar os lucros sem fazer concessões atrapalha a imagem da marca para alguns.

"Eles precisam tirar esse sistema de compras que eles criaram. Eu já pago 200 reais no jogo - e ainda preciso dobrar esse preço por causa do Passe de Temporada, para ter todo o conteúdo? Tenho que pagar mais para ter alguns diferenciais? Isso é um absurdo. Esse sistema tem que morrer", desabafa André Maciel.

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