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Conheça o pro-player que já ganhou o equivalente a R$ 1 milhão em torneios

Théo Azevedo

Do UOL, em São Paulo

17/07/2014 12h56

Nos anos 90, o então adolescente Johnathan Wendel era imbatível no “Quake”, shooter que dominava os PCs na época. De tanto vencer torneios de sua cidade-natal - Kansas City, no Missouri -, um amigo sugeriu a ele que tentasse a sorte em um campeonato profissional. “Ele pensava que eu poderia ganhar algum dinheiro e estava certo: faturei US$ 4.000 na primeira competição que disputei, em 1999”, conta Wendel, em entrevista ao UOL Jogos.

De lá pra cá, Wendel passou a ser conhecido como “Fatal1ty” e tornou-se o mais proeminente “ciberatleta” do mundo, vencendo dezenas de campeonatos ao redor do globo e faturando mais de US$ 500 mil em premiações. Além da série “Quake”, Fatal1ty dominou diversos outros shooters, de “Unreal Tournament” a “Counter-Strike”.

Se hoje é “League of Legends” que dá as cartas, na década passada eram os jogos de tiro, capitaneados por “Counter-Strike”, que atraíam a atenção do público e, claro, dos pro-players: “Eu gostava da sensação de entrar na cabeça das pessoas e superá-las – no caso, matá-las com um lança-granadas ou uma escopeta”, conta.

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Para Fatal1ty, o que separa um bom jogador de um profissional é que um pro-player domina todos os aspectos de um jogo à perfeição, e não apenas parte dessas características. Porém, Wendel também se considera “abençoado” com dons como reflexos rápidos e uma excelente coordenação motora.

Para Fatal1ty o eSport pode, sim, ser comparado a um esporte como futebol ou basquete, mas o caminho até lá ainda envolve uma cobertura mais ampla da mídia e uma maior aceitação dos países quanto ao assunto: “Por enquanto ainda há países que não entraram totalmente na onda, mas estamos perto”.

Por isso mesmo a carreira de pro-player é curta nos tempos atuais: “Se você não consegue se sustentar [como jogador profissional], então precisa seguir a vida”, opina. “Felizmente, para mim, consegui me manter em alto nível, já que as pessoas ainda gostam de me ver jogar”.

Talvez MOBAs como “League of Legends” e “DotA 2” possam mudar este cenário, já que são um entretenimento bastante difundido nos dias atuais: “Os MOBAs me parecem bastante acessíveis e interessantes, especialmente por permitir diferentes tipos de abordagem por parte dos jogadores”.

Aos 33 anos, Fatal1ty continua treinando horas por dia, mas dedica mais tempo à sua linha de acessórios para games, que vai de headsets a placas-mãe. O motivo? Faltam shooters: “Faz tem que não aparece um bom shooter competitivo e com torneios lucrativos”, lamenta. “Quero jogar game que eu goste, mas que também paguem bem”.

Até lá, Fatal1ty vai continuar treinando e faturando com sua linha de produtos e aparições em eventos de eSport. Jogar mesmo, só por diversão: “Curto de ‘Titanfall’ a ‘Clash of Clans’. Sou bem eclético”.