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De "Snake" a "Angry Birds", relembre os 20 anos de jogos para celulares

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

01/08/2014 16h37

Pense na diferença entre o primeiro PlayStation, lançado em 1994, e o PlayStation 4. Pois bem: por maior que seja, ela não é tão grande quanto a diferença entre o primeiro game de celular, também de 1994, e os que jogadores baixam hoje em dia eu seus iPhones e Galaxies.

Há vinte anos, direto de uma fábrica dinamarquesa, surgia o Hagenuk MT2000. O enorme e pesado aparelho não foi um grande sucesso de vendas, mas revolucionou a indústria por rodar em sua pequena telinha verde uma variação do clássico "Tetris".

  • Reprodução/MobileCollectors.net

    Você consegue ver a pequena peça em formato de 'L' na telinha?

Por três anos, ninguém aproveitou a ideia da Hagenuk, até que a Nokia tomou a iniciativa em 1997. A empresa finlandesa passou a vender celulares com "Snake" pré-instalado em suas memórias.

Mesmo respeitando as óbvias limitações dos aparelhos da época, o jogo divertia ao ponto de viciar - e chegou a ser considerado um dos 40 games mais importantes da história dos pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.

Seguindo o exemplo da Nokia, quase todas as fabricantes de celulares passaram a distribuir os aparelhos com um ou outro jogo instalado. Os usuários aproveitavam esses passatempos, mas raramente corriam atrás de novos títulos quando eles passaram a ser lançados via distribuição digital na virada do século. Na época, os downloads eram caros e ocupavam muito espaço nos telefones.

Ao mesmo tempo em que os games ganhavam cores nos celulares, bichinhos virtuais e quebra-cabeças já faziam sucesso no Japão. Mas no Ocidente, a convergência entre jogos e telefonia ainda era fraca, como a Nokia percebeu ao lançar o esquisito e fracassado N-Gage.

  • O bizarro aparelho da Nokia rodava jogos a partir de cartuchos, como um Game Boy

Os games para celulares entraram na terceira dimensão e cresceram em escala secretamente, em um período em que empresas como Gameloft e Namco controlavam a maior parte das produções do formato. Foi só em 2008 com o lançamento do iPhone 3G e de sua App Store que o mercado finalmente se abriu.

O esquema de distribuição digital estabelecido pela Apple permitiu que desenvolvedores lançassem seus próprios games sem precisar passar pelos trâmites burocráticos das grandes produtoras. Ao mesmo tempo, usuários finalmente tinham em mãos acesso rápido e barato aos aplicativos.

Desde então, o crescimento da indústria mobile foi exponencial. Hoje, franquias inteiras conseguem prosperar no formato. A série "Infinity Blade", por exemplo, demonstra o poder gráfico dos celulares atuais; e "Angry Birds", com mais de 2 bilhões de downloads, o tamanho do público alcançado pelos aparelhos.