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"Dawngate" e "Witcher" desafiam tradições dos MOBAs para tentar inovar

Claudio Prandoni

Do UOL, em Colônia

20/08/2014 17h09

Com o mundo dos MOBAs a milhão, impulsionado principalmente pelos sucessos de "DOTA 2" e "League of Legends", não é de se estranhar que uma boa leva de jogos tente abocanhar parte desse sucesso com estilos parecidos.

Porém, durante a Gamescom, dois games do gênero chamaram atenção por ousarem desafiar conceitos consolidados do gênero: "Dawngate" e "The Witcher: Battle Arena".

Menos é mais

E se um certo campeonato disputasse as partidas em um campo quadrado em vez de retangular?

Guardadas as devidas proporções, claro, é mais ou menos isso que "Dawngate" propõe, oferecendo um mapa com apenas duas lanes, em vez das tradicionais três. Publicado pela gigante Electronic Arts, o jogo já está disponível para teste beta pelo site oficial.

Não para por aí: a área de 'jungle' é muito maior e há um monstro no meio do mapa que evolui no decorrer da partida e oferece vantagens melhores quanto mais tarde for derrotado.

Para obter recursos, 'minions' dedicados coletam elementos em minas pelos mapas e é possível tomar posse de outras mais durante o jogo.

Conforme os produtores explicaram em demonstração durante a Gamescom, tudo isso foi feito para criar mais pontos de conflito pelo mapa, gerando embates entre heróis (chamados aqui de Shapers) mais cedo e com mais frequência durante as partidas.

Outra grande mudança em relação a títulos mais tradicionais é que as bases das equipes são protegidas por guardiões, gerando embates e desafios mesmo se os Shapers da equipe atacada estiverem fora de combate.

CONHEÇA "DAWNGATE", MOBA DA ELECTRONIC ARTS

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Desenvolvido pelo estúdio novato Waystone, que conta com veteranos de Riot, Blizzard e outros estúdios consagrados, "Dawngate" investe também em heróis com habilidades e atributos personalizáveis que podem atuar em todas as funções disponíveis na partida.

Ou seja, você pode jogar com seu herói preferido especialista mesmo que outra pessoa também tenha selecionado um de suporte já que qualquer jogador pode mudar seus Shapers para atuarem na 'jungle' e afins.

Obviamente, a equipe de "Dawngate" já projeta grandes campeonatos para o futuro, "mas ainda é cedo para pensar nisso", comentam os produtores. "Por ora, estamos focados em fazer o jogo o melhor possível para a pequena base de fãs que já temos para depois então divulgarmos mais o game e aí sim planejarmos torneios".

Boa notícia para os fãs brasileiros de MOBA, já está nos planos também uma localização de "Dawngate" para português do Brasil. "Sabemos da força do gênero no Brasil e com certeza queremos fazer parte disso em algum momento", comentam os membros da equipe da Waystone.

O Bruxeiro e o 'MOBAile'

Não há dúvidas: a grande estrela do estande da CD Projekt Red é o RPG "The Witcher 3" que sai em fevereiro de 2015 para PlayStation 4, Xbox One e computadores.

Porém, na bancada de um dos cantos do espaço, sem alarde, quase como se não quisesse chamar atenção, alguns iPads Minis estão rodando "The Witcher: Batte Arena", um MOBA mobile.

Melhor dizendo, um 'MOBAile', como gosta de chamar Tadek Zielinski, gerente de projeto do jogo, praticante de capoeira e fão do Brasil - tanto que vem para cá em outubro, durante a BGS, mostrar "Witcher: Battle Arena".

"Chegamos a tentar o estilo clássicos dos MOBAs na telinha dos aparelhos mobile e funcionou, mas algo não parecia certo, jogar partidas de 30 ou 40 minutos no tablet não é confortável", explica Tadek. "Por isso repensamos tudo para fazer algo que fizesse mais sentido para esta plataforma".

Com lançamento marcado para este ano, "Witcher: Battle Arena" apresenta equipes com três heróis e dispensa lanes, minions e até bases destrutíveis para adotar um esquema de 'captura de pontos estratégicos'.

As partidas são rápidas e intensas, durando de 5 a 10 minutos - convenhamos, um tempo de duração bem mais conveniente para jogar em um tablet ou celular.

Por ora, apenas oito heróis foram revelados, todos já conhecidos de outros episódios da saga, mas, claro, há mais a caminho.

"Nossa ideia é lançar com o jogo com cerca de doze heróis", conta Tadek. "E não se preocupe: o Geralt vai aparecer em algum momento", explicando a ausência temporária do personagem principal da franquia em "Battle Arena".

E o preço?

Por mais que desafiem conceitos consagrados dos MOBAs - em especial o esquema de três lanes -, "Dawngate" e "The Witcher: Battle Arena" preservam um que agrada aos bolsos: os dois são gratuitos para jogar.

Dinheiro? Só para comprar skins, roupas e outros acessórios que mudam apenas o visual dos guerreiros, nada de benefícios durante as partidas.

"Dawngate" já está disponível para jogar em teste beta aberto e tem lançamento previsto para este ano. Já o "The Witcher: Battle Arena" também sai ainda em 2014, sem data específica definida.