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"Heroes of the Storm" não precisa do público de "LoL", diz Blizzard

Théo Azevedo

Do UOL, em Anaheim*

08/11/2014 15h16

O mercado de MOBAs é dominado pelos gigantes "League of Legends", com 67 milhões de jogadores por mês, e "DotA 2", que já alcançou picos de 800 mil jogadores simultâneos. Ainda assim, para Dustin Browder, produtor de "Heroes of the Storm", investida da Blizzard no gênero, não será necessário "converter" fãs da concorrência: "Creio que o mercado [de MOBAs] é ainda maior, e não acho que vamos precisar conquistar o público desses jogos".

"Heroes of the Storm", que está em fase alfa de testes, vai entrar em beta fechado a partir de 13 de janeiro e, como de costume em se tratando de jogos da Blizzard, não tem uma data de lançamento definida. Não que isso seja uma preocupação: "Se continuarmos lançando bons jogos, tudo bem; o problema é lançar jogos ruins", simplifica Browder.

Simplificar, aliás, parece ser um dos mantras da equipe de desenvolvimento, que integra pelo menos cem pessoas: comparado a "LoL", "Heroes of the Storm" tem uma curva de aprendizado mais simples e amigável, ainda que mantenha o trabalho em equipe como peça fundamental da experiência.

"Se há milhões de jogadores [de MOBA] por aí, provavelmente há milhões que pararam de jogar", especula Browder. Evitando certas complexidades do gênero, como o "last hit", golpe final que define quem vai ficar com o ouro decorrente da morte daquele personagem, "Heroes of the Storm" tem potencial de arregimentar seu próprio séquito de fãs.

Atualmente, um dos maiores esforços da Blizzard está em criar recursos e ferramentas que coloquem perfis similares de pessoas para jogarem entre si. "Se conseguirmos evitar os 'pick-up groups' [formação aleatória de times], muita coisa boa vai acontecer", acredita.

O que a Blizzard quer é manter uma experiência de jogo divertida, lidando com os "jogadores tóxicos" de maneira bastante particular: colocando-os para jogar entre si. "Há pessoas que gostam de ser más umas com as outras, e até aí tudo bem, desde que elas joguem com outros que pensem com elas", explica Browder. "Temos várias ideias nesse sentido, mas não é nada que estejamos prontos para mostrar", completa.

Fácil de jogar, difícil de dominar

Toda essa simplificação não significa, no entanto, que o game será raso ou coisa do tipo. Na verdade, "Heroes" é a personificação de um mantra às vezes banalizado, mas que a Blizzard leva a sério: "fácil de jogar, difícil de dominar". Segundo a empresa, a experiência disponível hoje na versão alfa é a mais simples possível.

Durante a Blizzcon 2014, evento que reúne 25 mil fãs da empresa em Anaheim, nos Estados Unidos, a Blizzard anunciou novos heróis, dentre eles o trio de vikings de "Lost Vikings", um dos clássicos da companhia. Controlar simultaneamente três personagens, agrupados ou não, é bastante desafiador. "Eles se espalham pelo mapa, tentando criar armadilhas e fazendo várias coisas malucas. Não é um personagem para principiantes", diz Browder.

TRAILER MOSTRA NOVIDADES DE "HEROES OF THE STORM"

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Quando o assunto é eSport, a Blizzard prefere uma abordagem descompromissada, sem colocar o aspecto competitivo dos torneios milionários como uma prioridade: "Nosso objetivo é fazer um grande jogo", diz Browder, que por outro lado reconhece que certos elementos que fazem um grande jogo são compatíveis com eSport, dentre eles balanceamento, rankings, modos replay e observador etc. Sim, "Heroes" vai ter tudo isso, e ainda mais.

A direção para a qual "Heroes of the Storm" vai seguir ficará mais clara com a chegada do beta fechado, em janeiro, mas a Blizzard segue confiante com o jogo que, no final das contas, pode acabar "roubando" jogadores da concorrência, sim, com seu estilo particular e, aparentemente, mais focado na diversão do que nas complexidades dos MOBAs que por aí estão.

*O jornalista viajou a convite da Blizzard.