Político francês critica representação da Revolução Francesa em "AC: Unity"

Desde que foi lançado, "Assassin's Creed: Unity" tem sido fonte de descontentamento por parte de crítica e público - em geral pelos bugs e problemas de performance do jogo, tanto no PC quanto no PS4 e Xbox One.

O político socialista francês Jean-Luc Mélenchon também se uniu à lista de críticos do jogo, mas agora com foco na própria narrativa do game, dizendo que ele apresenta "uma imagem de ódio à Revolução, ódio ao povo, ódio da república que é constante na extrema direita".

"É propaganda contra o povo", disse em entrevista com a rádio France Inter. "O povo que é [representado como] bárbaros, selvagens sanguinários". O político comparou a representação negativa dos sans-culotes em relação a aristocratas pobres da época, vistos com melhores olhos pelo game.

Mélenchon, que foi membro do Parlamento francês e candidato à presidência em 2012, tem como maior critica a interpretação positiva em "Unity" do Rei Luís XVI - que definiu como figura "traiçoeira" que tentou trazer exércitos estrangeiros para fugir com sua família - e Maria Antonieta - "aquela cretina, que é celebrada como uma pobre menina rica", e que tentou subornar políticos para se salvar, segundo o político.

"E o homem que foi nosso libertador em um certo momento da Revolução - porque a Revolução durou bastante tempo -, Robespierre, é tratado como um monstro", continuou Mélechon, que disse que o líder dos jacobinos - uma das figuras mais controversas da História - foi inicialmente considerado um herói por dar direito de voto ao povo judeu e tentar estendê-lo às mulheres.

A Revolução Francesa, como diversos momentos da História, é fonte de várias controvérsias e diferentes interpretações das principais figuras que são estudadas nela. Por séculos, as perspectivas ao redor de pessoas como Luís XVI, Maria Antonieta e Maximilien Robespierre podem se alterar radicalmente, sendo considerados heróis ou vilões dependendo do período histórico e fonte de estudo.

A Ubisoft não respondeu às críticas de Mélenchon.