Para popularizar "Smite", Level Up leva time brasileiro ao Mundial do game

No último dia 6, durante a Comic-Con Experience, em São Paulo, o primeiro campeonato brasileiro de “Smite” chegou ao fim, garantindo uma vaga à equipe We Love Bacon para o Mundial que acontece em Atlanta, nos EUA, além de premiar um total de R$ 140 mil aos quatro finalistas, maior valor de uma competição de e-sports no Brasil.

Agora, em preparação para o próximo ano, a Level Up! Games, distribuidora oficial de “Smite” no Brasil, pretende fortalecer ainda mais a marca do MOBA no cenário de e-sports do país, expandindo os torneios e ajudando na profissionalização de equipes.

“Vamos trazer campeonatos grandes e oficiais, com premiações profissionais”, disse Henrique Fajardo, gerente de produtos da Level Up! e responsável por “Smite” no Brasil. “Outra coisa que a gente faz bastante é conversar com os times que estão se mostrando mais profissionais e estruturados”.

Estas conversas entre equipes variam desde conselhos ao que se deve ou não fazer em público até incentivos de busca de patrocínio. “A gente sabe que no começo vai ser algo mais de nicho - começa com alguns poucos times, mas isso vai se espalhando”, explicou Fajardo. “Se a gente fizer certo com estes times, eles vão servir de espelho para os novos caras que querem entrar no cenário competitivo”.

De acordo com ele, a Level Up! também procurou recomendar certas equipes para organizações de peso no cenário de e-sports nacional, como a KaBuM! e a Keyd Stars, mas não participa diretamente de negociações, por não poder patrocinar nenhum time.

Os incentivos financeiros também podem servir de estímulo para o público interessado em tentar a sorte no cenário profissional. O campeonato brasileiro também se beneficiou da Odisseia, evento que reverte o lucro de vendas de certos itens para os prêmios em dinheiro, elevando-o de R$ 40 mil para R$ 140 mil.

“Esperávamos que o valor inicial que colocamos, que foi de R$ 40 mil, pelo menos triplicasse”, disse Fajardo. “Então superou um pouco nossas expectativas, mas era algo que a gente imaginava - até porque temos como base a Odisseia que acontece no servidor internacional, e como eles começaram com US$ 600 mil e hoje estão com por volta de US$ 1,6 milhão”. Desde a entrevista, o prêmio angariou ainda mais dinheiro, chegando a 1,7 milhão

Agora, a ideia é manter outras competições do jogo com prêmios principalmente em dinheiro. “Estamos ajudando nossos parceiros a fazerem campeonatos também, idealmente valendo dinheiro, pra realmente mostrar que tanto campeonatos grandes quanto pequenos têm que ser tratados de maneira profissional”, elaborou. “Pro ano que vem, a tendência é fortalecer ainda mais o que já fizemos”.

Perfil de jogador

"Smite”, a primeira vista, traz as mesma estética encontrada em um MOBA típico. Sua jogabilidade mais dinâmica, porém, traz um perfil de jogador profissional um pouco diferente dos demais, mais fã de gêneros de ação e jogos de tiro.

“Eu joguei FPS por bastante tempo”, disse Nathan “Nann” Broca, caçador da selva da We Love Bacon, equipe vencedora do campeonato brasileiro. “A mira [de ‘Smite’] é praticamente igual. É uma dinâmica totalmente diferente: é um MOBA, mas tem características de outros jogos também”. Quanto a outros games do gênero, o pro-player até jogou partidas de “LoL” e do “Dota” original, mas diz naõ ser "muito fã”.

O mesmo vale para Lucas Barros “Arkanjo” da Silva, ADC da vice-campeã EternalRally. “Até tentei jogar outros MOBAs, só que o ‘Smite’ tem aquele lance de ser dinâmico”, explicou. “Ele é um pouco como um jogo de FPS, que é um estilo que eu curto muito”.

Apesar de o jogo só ter sido lançado neste ano, as fases de testes foram essenciais para a formação das equipes, que jogam “Smite” há pelo menos dois anos, e conhecem parte da competição norte-americana - Gianlucca “qe3q” Severo, por exemplo, foi membro de um time americano antes de se juntar ao We Love Bacon.

Quanto ao possível número de futuros pro-players, a jogabilidade mais dinâmica pode chamar a atenção de um público diferente de outros games do gênero, mas também terá que lidar com competição de outros títulos que estão por vir - como “Battleborn”, da Gearbox, que mistura elementos de FPS e jogos de arena.

“Testar outros jogos é um fator natural”, comentou Henrique Fajardo. “O que precisamos fazer é mostrar que nossa estrutura de e-sports está boa”.

“É normal se perder um ou outro cara aqui e ali, pessoas gostam de um jogo mais do que outro. Agora, a gente quer que os caras que gostem de ‘Smite’ amem ‘Smite”, continuou. “Colocando isso na cabeça dos nossos jogadores, principalmente os profissionais, isso reflete pro resto da comunidade”.

Rumo a Atlanta

No Campeonato Mundial de “Smite”, o We Love Bacon será o único time brasileiro do torneio, competindo com sete equipes de cinco regiões diferentes: duas americanas, duas europeias, duas chinesas e uma latinoamericana.

Atualmente, o prêmio do evento está próximo de US$ 1,8 milhão e a tendência é que continue aumentando até os últimos dias antes do campeonato graças à Odisseia.

Mesmo extremamente dominante na competição brasileira, vencendo todos os seus oponentes e perdendo apenas três partidas - justamente contra a vice-campeã EternalRally - Nann não indica favoritismo, mas acredita ser possível alcançar um bom resultado no Mundial.

“Todo o pessoal tem amigos de diversos times [dos EUA], e é um sonho chegar lá e competir com o pessoal que nos inspira”, disse o pro-player. “A gente vai treinar bastante, tem muito caminho pra trilhar ainda, e acredito que possamos chegar num nível bom norte-americano ou europeu”

O Mundial de “Smite” acontecerá entre 9 e 11 de janeiro em Atlanta, nos EUA - cidade em que se localiza Hi-Rez Studios, que produz o game. As partidas poderão ser vistas pelo canal do Twitch da Level Up! especial para o game.