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Após seletiva com 400 jogadores, nova equipe de "LoL" quer inovar eSport

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

06/01/2015 18h29

Uma equipe de "League of Legends" diferente está prestes a entrar no cenário competitivo brasileiro. Batizada de Behive, a organização selecionou seus jogadores através de um longo processo seletivo e estabeleceu o que eles chamam de uma "estrutura empresarial".

Ao longo de nove meses, 400 candidatos foram testados em termos de "saúde emocional, mental, física e espiritual". Restaram 10 jovens, que integrarão dois times paralelos.

Se todos esses preceitos serão convertidos em resultados ainda é um mistério, mas os responsáveis pelo projeto pensam alto. Segundo eles, a expectativa é participar do Campeonato Brasileiro de 2015, e em 2016 começar a vencer competições.

Famosos no meio

Dentre os que passaram pelo processo seletivo da Behive estão algumas figuras que são bem conhecidas pelo público de "LoL". Um exemplo é Raphaela Laet, a "Queen Bee".

Alan d'Oliveira, um dos jogadores que não foram contratados durante a seletiva, protesta algumas das escolhas. "Me senti um pouco lesado e frustrado. No meu ponto de vista, o time foi escolhido com o marketing em mente", diz. "Teve um pessoal muito bom que ficou de fora, que inclusive montou um time e está fazendo estrago por aí".

  • Jogadores da Behive "terão remuneração fixa e outros benefícios", mas ainda poderão continuar estudando e morando independentemente.

A Behive garante, porém, que o processo de seleção foi inteiramente democrático. "O fato de alguns jogadores selecionados serem conhecidos do público não invalida o processo. Afinal, fama não é algo que se consegue apenas com sorte - também é preciso competência", explica Miriam Tsugawa, 'master coach' da equipe.

"Os jogadores não foram escolhidos apenas pelo técnico, mas também por profissionais da área comportamental e de desenvolvimento humano que não têm conhecimento das 'panelinhas' e de quem é famoso nesse meio", diz. Segundo Miriam, até fatores como narcisismo e egocentrismo foram avaliados na seletiva. "Não queríamos jogadores prontos, mas sim jogadores que permitissem uma dinâmica que mistura respeito e competitividade".

O discurso de trabalho em equipe é um que faz sentido quando o nome do time é levado em consideração. "Behive" é uma brincadeira com o inglês "beehive", ou colmeia, onde as abelhas trabalham juntas sem tentar se destacar umas das outras.

"Infraestrutura profissional"

Além de seguir filosofias diferentes das comuns do meio, a Behive busca se destacar das demais equipes de "LoL" por não obrigar os jogadores a morarem junto em uma 'gaming house'.

Ao invés disso, os integrantes dos times treinarão em uma 'gaming office', mas seguirão morando sozinhos ou com a família. "Eles poderão ter uma vida social como qualquer outra pessoa, inclusive continuando seus estudos", afirma Miriam. "Um mercado de gente grande pede uma infraestrutura profissional".

De acordo com Miriam, o plano da Behive para o futuro imediato é colocar os jogadores para treinar e "serem lapidados", para que eles consigam competir em torneios de maior expressão a partir do segundo semestre de 2015. A ideia é conseguir uma das vagas para a segunda metade do Campeonato Brasileiro.