Integração com Xbox One é aposta da Microsoft para Windows 10

"No passado os games eram um ponto central do Windows, mas perdemos a mão", admitiu Phil Spencer, chefe da divisão Xbox, da Microsoft, em uma palestra para desenvolvedores de jogos do mundo todo na GDC (Game Developers Conference), que acontece em San Francisco, nos EUA. Para virar o jogo, o executivo aposta numa forte integração entre a Xbox Live e o Windows 10, próxima versão do sistema operacional.

"É a primeira vez que todos os nossos esforços em torno do Xbox vão ser representados por uma única voz e visão sobre o que queremos fazer na indústria de games", disse Spencer. Para o executivo, uma das principais missões da Microsoft é permitir que as pessoas joguem em qualquer dispositivo que possuam - laptop, desktop, smartphone, tablet -, seja onde estiverem.

Claro que isso inclui o Xbox One. Com o Windows 10, que será lançado até o final do ano, será possível fazer streaming de jogos do console para o PC ou um tablet (que utilize o sistema operacional, é claro). Mas a empresa quer ir além e fazer do W10 uma solução integrada de rede social, player de apps e loja.

Em linha com essa teoria de integração, a Spencer anunciou um adaptador que vai permitir utilizar o controle do Xbox One em outros dispostivos como um tablet, por exemplo.

Além disso, Windows 10 e Xbox One vão passar a ter cross-buy, ou seja, em casos de jogos como "Pinbal FX2", o primeiro compatível com o recurso, quem já possuir o game no Xbox One ou no Xbox 360 vai poder baixá-lo e jogar no Windows 10 sem custo adicional.

Já no caso de títulos como "Fable Legends", não apenas haverá o cross-buy, mas também o cross-play, em que jogadores de PC e console vão jogar multiplayer juntos.

Realidade virtual

O HoloLens, dispositivo de realidade virtual da Microsoft, foi citado rapidamente por Spencer - segundo as palavras do próprio, apenas para enfatizar que a empresa está vislumbrando o potencial da plataforma para games, mas ainda não está pronta ou disposta a falar sobre isso.

Por outro lado, o executivo elogiou a rival Sony, que anunciou o lançamento do Morpheus, óculos de realidade virtual para o PlayStation 4, para o primeiro semestre de 2016: "Há um mercado de desenvolvedores que você ainda precisa conquistar, para que eles possam criar as coisas que as pessoas querem jogar. Isso leva tempo e talvez a Sony tenha tomado a decisão correta em esperar mais um ano", disse em entrevista ao UOL Jogos.