Trio de heróis multimídia renova série em "Assassin's Creed Chronicles"

"Assassin's Creed Chronicles" apareceu primeiro apenas como um jogo da série ambientado na China antiga, mas cresceu: agora é uma trilogia, com cada game ambientado em eras e lugares distintos.

Curiosamente, "Chronicles" de certa forma fecha um ciclo que reafirma a vocação multimídia de "Assassin's Creed".

Os jogos da série geraram HQs, brinquedos, filmes e outros produtos fortes o bastante para render personagens originais e agora chega o momento de retribuição, com os principais estes assassinos aparecendo pela primeira vez em games - a mídia original da franquia.

O primeiro "Chronicles" traz como estrela a chinesa Shao Jun, em 1526, discípula do popular Ezio Auditore e que apareceu no curta-metragem "Embers".

Este episódio foca no lado sorrateiro da assassina, premiando diversas vezes por completar missões sem ser visto ou utilizando artifícios como assovios e bombinhas para desviar a atenção dos inimigos.

O segundo capítulo mostra Arbaaz Mir, da excelente HQ "Brahman", um assassino indiano por volta do ano 1841, e suas fases focam em velocidade.

Aliás, o estilo e ambientação acabam prestando - talvez sem querer - homenagem ao querido "Prince of Persia", clássico que inspirou o próprio lado acrobático de "Assassin's Creed".

O estilo de Arbaaz lembra bastante o príncipe da época de "Sands of Time" enquanto seus pulos e estripulias remetem a um passado ainda mais remoto, dos primeiros "Prince of Persia".

Por fim, a última história traz como estrela o russo Nikolai Orelov, em 1918, cujo foco será no uso de armas de fogo, como rifles.

Quem comprou o Season Pass de "Assassin's Creed Unity" poderá baixar de graça o primeiro episódio de "Chronicles" quando sair no dia 21 de abril. Os outros episódios sairão depois, em datas ainda não anunciadas, e cada um custará R$ 29,90. Todos os games terão legendas em português e sairão apenas para PlayStation 4, Xbox One e PC.

"Assassin's" em 2.5D

Com o controle em mãos, "Chronicles" traz uma variedade bem vinda à série, que renova o desgastado jeito de ser, mas sem perder a identidade.

Os movimentos ligeiros dos assassinos funcionam bem nos ambientes 2D e há diversos tipos de interação com o cenário, como se esconder em buracos escuros na parede e se esgueirar em placas de madeira nas beiradas das plataformas.

Além disso, certos trechos permitem alternar entre dois ou até três planos - como em alguns antigos jogos de luta da SNK.

Agradam bastante também os combates, com golpes simples e ligeiros e a possibilidade de usar outras bugigangas e habilidades dos assassinos de forma criativa, como adagas para atirar e a capacidade de pular por cima da cabeça dos inimigos.

Como manda a cartilha da série, há itens secretos para encontrar pelos cenários e objetivos secundários que concedem habilidades adicionais para as fases seguintes.

De maneira geral, a experiência lembra bastante "Mark of the Ninja", mas sem o mesmo frenesi. "Assassin's Creed: Chronicles"opta por um tom mais cadenciado, privilegiando exploração e estratégia.