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Cofundador da Valve responde à controvérsia sobre mods pagos

Do UOL, em São Paulo

27/04/2015 16h03

Após seu lançamento, na quinta (23), o programa de mods pagos no Steam gerou controvérsia dentro da comunidade, que criticou aspectos como uso não-autorizado de outras criações e a divisão de lucros extremamente baixa, no caso de "Skyrim".

Em meio a estas críticas, o cofundador da Valve, Gabe Newell, procurou responder aos usuários da rede social Reddit sobre as ideias e políticas desta nova iniciativa.

"Nosso objetivo é tornar a modificação melhor para autores e jogadores. Se algo não ajudar com isso, será deixado de lado" declarou Newell. " No momento estou otimista de que isto será uma vitória para criadores e jogadores, mas sempre estaremos teremos nos dados".

"Mais ou menos metade da Valve saiu do mundo de mods", escreveu. "John Cook e Robin Walker fizeram 'Team Fortress' como um mod de 'Quake'. Ice frog fez 'DOTA' como um mod de "Warcraft 3'. [...] Todos eles tiveram a liberdade de só desenvolver jogos assim que começaram a ser pagos. Trabalhar em fast-food não ajuda a fazer um jogo melhor".

"A natureza aberta do PC é porque a Valve existe, e é crítica para o atual e futuro sucesso deste setor".

Newell também respondeu a acusações de que o programa foi criado para manter um sistema ganancioso por parte da Valve e publishers envolvidas.

"Vamos considerar por um segundo que somos estupidamente gananciosos. Até agora os mods pagos geraram um total de US$ 10 mil. Isso é tipo 1% do custo dos e-mails incrementais que o programa gerou para empregados da Valve (sim, quero dizer que irritar internet custa US$ 1 milhão em alguns dias). Isso não estupidamente ganancioso, é estupidamente estúpido".

O executivo prometeu, porém, que a empresa checará denúncias de usuários que dizem ter sido banidos após criticarem o programa nos fóruns da Valve. "Bom, se estamos censurando pessoas, isto é idiotice. Vou fazer com que isso pare", declarou.

Controvérsia

Implementada na quinta (23), o sistema de mods pagos pelo Steam Workshop só está disponível, inicialmente, para o jogo "The Elder Scrolls V: Skyrim", embora a Valve tenha indicado que outros jogos terão uma versão própria nas próximas semanas.

Em poucas horas, o programa gerou uma série de controvérsias entre entusiastas da comunidade modder, que vê com maus olhos diversos aspectos do programa.

Uma das principais críticas ao sistema envolve justamente a situação acima, em que um modder utiliza o conteúdo de outro criador para seu próprio projeto, sem envolvê-lo em parte dos lucros.

Outras reclamações estão na divisão do dinheiro por parte das publisher - no caso dos mods de "Skyrim", em específico, o modder recebe apenas 25% da compra, enquanto os outros 75% são divididos entre a Valve e a Bethesda  - e pelo fato de que o criador só receberá seus ganhos após arrecadar US$ 100 pelo conteúdo.

Mais fragilidades no sistema incluem a possível instabilidade de mods: A Valve deu uma janela de 24 horas para um pedido de reembolso, mas usuários temem a possibilidade de atualizações do jogo destruírem sua compatibilidade com a modificação, talvez permanentemente.

A autonomia dos modders, que podem remover seu conteúdo livremente, sem repercussões por parte da Valve, também preocupa a comunidade.