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Playground: Produtores falam sobre os desafios de criar jogos no Brasil

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

20/05/2015 10h00

Nos últimos meses temos percebido que desenvolvimento de jogos no Brasil está em franca ascensão. Começando com "Krinkle Krusher", o primeiro jogo brasileiro a chegar no PlayStation 4, passando pelo sucesso de crítica de "Chroma Squad" e do artístico "Toren", que foi o primeiro game a captar recursos da Lei Rouanet.

"A gente vem trabalhando com games autorais há algum tempo e estamos conseguindo um resultado muito positivo", diz Saulo Camarotti, diretor e fundador da Behold Game Studio que lançou recentemente "Chroma Squad", um jogo de estratégia inspirado em séries como "Flashman", "Changeman" e "Power Rangers".

"Chroma Squad" ganhou notoriedade ao lançar sua campanha no Kickstarter, site de financiamento coletivo no qual o estúdio ganhou notoriedade. Mas isso não quer dizer foi fácil arrecadar esse dinheiro. "Foi basicamente o mesmo trabalho que lançar um jogo de tanto trabalho que deu", conta Saulo.

De acordo com Saulo, a Behold conseguiu atingir a meta de desenvolvimento do jogo, porém quando o dinheiro chegou, o estúdio descobriu as diversas taxas e tributações que dificultam ainda mais a captação de recursos fora do país.

"Do dinheiro arrecadado no Kickstarter, o que chegou de verdade na nossa conta foi 46%, porque 10% fica com o Kickstarter, 30% vai para o governo americano devido o imposto de renda, depois existem taxas desse dinheiro chegando ao Brasil. No final das contas o dinheiro que chegou, cerca de R$ 100 mil, equivale a 1/4 do desenvolvimento do 'Chroma'. O resto foi investimento nosso mesmo das vendas de 'Knights', que segurou a gente por alguns anos", conta Saulo.

O estúdio brasiliense já tem figurado notícias nacionais e internacionais desde o lançamento de seu primeiro jogo, "Knights of Pen & Paper", que recebeu mais de 30 nomeações e prêmios de diversos veículos nacionais e internacionais.

Mas também existem jogos que têm como objetivo atender o mercado nacional, como foi o caso de "V de Vinagre", "Artilheiro Brahma" e "Avenida Fighter", desenvolvidos pela Flux Game Studio.

 "Jogos, não só os de entretenimento e autorais como os games da Behold, podem servir para diversos fins, como treinamento, educação, marketing, relacionamento... Isso mostra que para outros setores da economia que jogo também serve como ferramenta e mídia", conta Paulo Luis Santos, fundador e CEO da Flux.

O mercado está em ebulição e o sucesso disso se deve em parte pela forma que os estúdios se comunicam e são parceiros. Saulo conta que enquanto produzia "Chroma Squad", estava esperando pelo lançamento de "Toren", do estúdio gaúcho Swordtales.

"Acompanhamos o 'Toren' há tantos anos, somo amigos próximos do [Alessandro] Martinello, do Vitor [Leães] e Conrado [Testa] e até para nós está sendo um alívio que o jogo foi lançado e está sendo bem recebido", disse Saulo "A indústria brasileira [de desenvolvimento de games] sempre foi próxima".

Você pode acompanhar o bate-papo completo com Paulo e Saulo no Playground dessa semana logo abaixo, que fala sobre esses assuntos e outras curiosidades de como é ser desenvolvedor no Brasil.


 


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