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Estúdio nacional faz sucesso ao criar games novos com visual de Nintendinho

"Odallus" usa gráficos estilo 8-bit para apresentar uma desafiante jornada - Divulgação
"Odallus" usa gráficos estilo 8-bit para apresentar uma desafiante jornada Imagem: Divulgação

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

20/07/2015 17h31

Enquanto muitos jogadores se preocupam com resoluções altíssimas e taxas de frames suaves e constantes, há quem faça sucesso criando games imitando o estilo limitado do bom e velho Nintendinho.

Em 2012 a produtora brasileira Joymasher chamou atenção com o dificílimo "Oniken" e agora faz ainda mais bonito com "Odallus: The Dark Call", aventura 2D que remete a clássicos como "Castlevania" e "Demon's Crest" e saiu neste mês para computadores.

A aventura mostra a jornada de Haggis, um guerreiro que abandonou sua vida de violência, mas deve levantar a espada novamente contra as forças sombrias que raptaram seu filho.

"Nós gostamos muito de jogos com gráficos em pixel art, sou fã de jogos retro em geral e, claro, para uma equipe pequena é muito mais rápido fazer jogos com esse estilo gráfico", conta Danilo Dias, um dos três integrantes do estúdio.

Oniken - Divulgação - Divulgação
Lançado em 2012, "Oniken" também estilo retrô e fez sucesso com alta dificuldade
Imagem: Divulgação

"Mas mesmo se tivesse mais recursos eu iria usá-los pra bolar mecânicas mais elaboradas e fazer uns gráficos em pixel art mais detalhados. Não morro de vontade de ver um título nosso com 'padrão AAA'".

Para criar essa atmosfera retrô, "Odallus" se prende a muitas das limitações técnicas do próprio NES, como a limitada paleta de 64 cores e a proporção de tela 4:3, mais 'quadradinha' em relação às telas widescreen de hoje em dia.

Mas nem tudo é nostalgia seguida à risca. O jogo toma algumas liberdades e em alguns momentos mostra na tela mais inimigos e elementos do que o NES aguentaria, além de ter uma resolução maior, permitindo exibir mais detalhes na tela.

No site oficial do jogo há um texto (em inglês) detalhando todas as diferenças e semelhanças técnicas entre jogos de NES e "Odallus".

O estilo faz sucesso e incentiva a Joymasher a continuar nesse caminho. "'Oniken' vendeu o suficiente pra pagar alguns aluguéis e bancar a própria produção", conta Danilo. "A recepção dos jogadores tem sido bem positiva, estamos bem contentes com os resultados do 'Oniken' e do Odallus, tanto do pessoal lá de fora quanto daqui do Brasil".

Só pra PC?

Com uma recepção tão positiva nos computadores, fica a dúvida: será que sai também para videogames?

Danilo conta que "existe chance sim mas depende muito de outros fatores, ainda estamos correndo atrás disso mas a chance de vir num futuro próximo ainda é pequena".

Desde o final de 2013 a Joymasher é um dos estúdios brasileiros indie que firmou parceria com a Sony para receber kits de desenvolvimento para os videogames PlayStation.

"Infelizmente ainda não pudemos desensolver nada pros consoles da Sony pois nossa equipe é muito pequena, não havia condições de desenrolar um projeto paralelo enquanto Odallus estava sendo produzido", explica Danilo.

"A Sony continua nos dando suporte e pensamos que no futuro poderemos trazer alguns jogos pro Vita ou outros sistemas, mas por enquanto só PC mesmo".

Por ora, "Odallus" pode ser muito bem aproveitado em computadores, mesmo com configurações mais modestas. Com preço sugerido de R$ 25, o game pode ser comprado pelo site oficial da Joymasher ou em serviços de distribuição digital, como o Steam.