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Jornal denuncia condições de trabalho opressivas dentro da Konami

Rumores já indicavam que desenvolvedores de "MGS V: The Phantom Pain" tinha acesso limitado à internet - Divulgação
Rumores já indicavam que desenvolvedores de "MGS V: The Phantom Pain" tinha acesso limitado à internet Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

03/08/2015 10h30

Desde o início dos rumores envolvendo a iminente saída do designer Hideo Kojima da Konami, fontes de sites como GameSpot e Kotaku indicaram que a equipe de "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain" não tinham acesso à internet e só poderiam se comunicar por e-mails internos.

Agora, de acordo com uma nova reportagem do jornal Nikkei, estas práticas são apenas algumas das novas políticas opressivas dentro do ambiente de trabalho da publisher.

Segundo o jornal, esta mudança de política começou a surgir depois de 2010, com o sucesso do jogo mobile "Dragon Collection", que fez com que a diretoria da empresa mudasse seu foco de jogos de consoles e PC para games de smartphones e tablets.

Desde então, a empresa passou a monitorar cada vez mais o trabalho de seus funcionários, instalando mais câmeras de segurança, e medindo pausas para o almoço por meio de cartões. Caso o empregado ficasse tempo demais fora de lá, seu nome seria anunciado publicamente por toda a Konami.

A empresa também monitorou o post no Facebook de um ex-funcionário anunciando que havia encontrado um novo trabalho. Empregados que curtiram a mensagem foram remanejados para outros setores.

O Nikkei também indica que apenas funcionários de setores como marketing e vendas têm e-mails próprios da companhia, que são alterados de tempos em tempos.

Além disso, desenvolvedores que são vistos como "não-essenciais" passam a trabalhar como seguranças, membros da equipe de limpeza em academias da Konami, ou entram na linha de produção de máquinas pachinko. Segundo o Nikkei, isso vale tanto para funcionários com pouca experiência quanto para produtores de jogos conhecidos.

Quanto ao episódio envolvendo Kojima, a reportagem indica que o designer passou a ser mal visto pela diretoria após atrasos envolvendo "The Phantom Pain", além de seu custo elevado: até abril, o projeto havia custado cerca de 10 bilhões de ienes, ou US$ 80 milhões.

A antiga Kojima Productions agora é conhecida apenas como "Departamento de Produção Número 8".

Por enquanto, a Konami não se pronunciou sobre a reportagem do Nikkei.