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Microsoft pagou até US$ 30 mil para Youtubers falarem bem do Xbox One

Imagem usada para divulgar o quanto os YouTubers eram pagos para falar bem do Xbox One - Reprodução
Imagem usada para divulgar o quanto os YouTubers eram pagos para falar bem do Xbox One Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

03/09/2015 11h48

Em janeiro de 2014 surgiu um escândalo no qual a Microsoft estaria pagando produtores de vídeos no YouTube para falar bem do Xbox One na época de seu lançamento. A FTC (Federal Trade Commission, agência governamental responsável por regular o mercado americano), divulgou um relatório no qual revela como funcionava o esquema.

De acordo com o relatório, agências de publicidade contratadas pela Microsoft pagavam para redes produtoras de conteúdo falarem bem do Xbox One. Essas redes, por sua vez, repassavam esse pagamento para produtores influentes caso aceitassem entrar no esquema. Nos EUA esse tipo de prática não é proibido, desde que fique explícito de que se trata de um "material publicitário".

Na investigação do FTC, foi levantado que diversos canais ligados ao Machinima receberam dinheiro para falar bem do Xbox One. O canal Syndicate recebeu US$ 30 mil por dois vídeos, o canal SkyVsGaming embolsou US$ 15 mil por um vídeo e, finalmente, foram distribuídos um total de US$ 25 mil para diversos youtubers que aceitaram entrar no esquema.

"Quando as pessoas veem um produto sendo elogiado online, elas têm o direito de saber se estão vendo uma opinião autêntica ou se tem um viés marqueteiro", disse Jessica Rich, diretora do gabinete de proteção ao consumidor do FTC. "Isso deve ser avisado em toda e qualquer ocasião quando acontecer esse tipo de apoio".

Em termos práticos, o FTC emitiu um aviso para Microsoft e o Machinima suspenderem tais atividades. Não serão aplicadas multas nem outro tipo de penalidade, já que os envolvidos no escândalo devem ter "conhecimento que este tipo de prática é proibido".

De acordo com o documento, a Machinima, produtora de conteúdo para vídeos do YouTube, entrou em acordo com o FTC, prometendo que não voltará repetir esse tipo de prática no futuro e aceitou deixar claro em seus vídeos "ou em qualquer outra mídia" quando se tratar de uma campanha publicitária.

O relatório diz que foi enviada uma carta para Microsoft e para a Starcom(agência de publicidade contratada para articular esse esquema), dizendo que as empresas são responsáveis pelo fato dos youtubers não terem informado que os vídeos eram publicitários. Nenhuma penalidade foi aplicada às empresas, pois, segundo o levantamento, foram "práticas isoladas".

"A Comissão emite uma reclamação administrativa quando tem 'razões para acreditar' que a lei foi ou está sendo violada e cabe à comissão abrir um processo de interesse público. Quando a comissão emite uma ordem de consentimento em uma base final, ele carrega a força da lei no que diz respeito às ações futuras. Cada violação de tal ordem pode resultar em multa de até US $ 16.000", conclui o relatório.