Para Microsoft, baixa de preços de consoles depende de câmbio estável
Phil Spencer, o chefão da divisão de Xbox, aproveitou o Brasil Game Show, feira de games que acontece entre 8 e 12 de outubro na cidade de São Paulo, para visitar o país e avaliar a performance dos consoles da Microsoft por estas bandas.
O executivo disse que enxerga o Brasil como um mercado forte, com grande potencial até mesmo para se tornar um polo criativo de criação de jogos, mas disse que o problema com a flutuação do real em relação ao dólar é um desafio a superar - recentemente os preços do Xbox aumentaram no Brasil em função da alta do dólar.
Leia os principais trechos da entrevista com Phil:
UOL Jogos: Qual exatamente é a importância do Brasil para o negócio do Xbox?
Phil Spencer: O Xbox é muito forte no Brasil e, em áreas onde o Xbox é forte, quero ter certeza de que estamos trabalhando para crescer ainda mais, pois na minha posição, às vezes, é fácil focar nas áreas nas quais você está atrás, deixando o resto de lado. Olhando o potencial criativo do Brasil, vejo potencial para o país se tornar uma grande fonte de criação de games para o mundo dentro de cinco ou dez anos, algo crítico para o sucesso do Xbox.
Olhando o potencial criativo do Brasil, vejo potencial para o país se tornar uma grande fonte de criação de games para o mundo
UOL Jogos: Quais são os maiores desafios que o Brasil tem à frente enquanto mercado de games?
Phil: No curto prazo, existe o câmbio flutuante, que causa o reajuste de preços como o que foi preciso fazer recentemente nos consoles Xbox. Para uma empresa sediada nos Estados Unidos [a Microsoft], a flutuação de câmbio cria problemas, por isso uma economia e um câmbio mais estáveis entre dólar e real ajudariam a manter um preço acessível para o Xbox. Olhando para o futuro, vejo um potencial enorme: há milhões de pessoas no Brasil, que já possui uma participação ativa na cultura e economia globais. Adoraria ver esse potencial na criação de jogos: há grandes universidades aqui, como a Universidade de São Paulo, que formam bons alunos em Matemática e Ciências da Computação, e que podem trabalhar em áreas como game design e arte.
UOL Jogos: Por que a Microsoft não divulga mais dados sobre o market share do Xbox no mercado brasileiro?
Phil: Um dos nossos maiores problemas com números no Brasil é rastrear a venda dos consoles na região, pois o trânsito de videogames entre países, que chamamos de "mercado cinza", dificulta saber a procedência. Nem sempre é fácil saber quantos existem na região e de onde eles vêm. Não tenho números exatos para compartilhar, mas posso dizer que estamos bastante confortáveis com a nossa participação de mercado e vamos continuar lutando para conquistar o próximo jogador.
Um dos nossos maiores problemas com números no Brasil é rastrear a venda dos consoles na região
UOL Jogos: De quais formas o mercado cinza prejudica os negócios do Xbox?
Phil: Uma das coisas que estou fazendo no Brasil é me encontrar com revendedores locais, e quero se honesto com eles: se você é um revendedor e não participa do mercado cinza, este cenário [da venda de consoles por contrabando] não é justo com você. E há também a questão da garantia, pois quando você distribui um console para o varejo, você sabe da procedência, que é legítima. Talvez no curto prazo o mercado cinza "conserte" certos problemas com preços, mas no longo prazo queremos estar por trás de cada console vendido no Brasil.
UOL Jogos: Em geral, os preços de jogos variam muito no Brasil, dependendo das empresas responsáveis pela produção e distribuição. Isso não confunde o consumidor?
Phil: Concordo com você: uma família que tenha um Xbox, Nintendo ou PlayStation, quer ter uma noção de quanto um jogo vai custar. Essa flutuação de preços ocorre é consequência da flutuação do real em relação as moedas que circulam onde as empresas estão sediadas, sejam nos EUA, Japão ou Europa. Por outro lado, com a distribuição digital, hoje há jogos por download a partir de US$ 10 e que, embora talvez não tenham 30 horas de duração, são boas e acessíveis opções para o consumidor.
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