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Com raridades, Museu do Videogame roda o país e atrai 3 milhões de pessoas

Théo Azevedo

Do UOL, em São Paulo

21/10/2015 15h28

Após passar dez anos colecionando videogames, tempo suficiente para acumular raridades como um exemplar do Magnavox Odyssey, o primeiro console da historia, Cleidson Lima, se viu em uma encruzilhada: com a casa tomada por mais de 250 aparelhos, o jornalista recebeu um ultimato da esposa: ou se livrava de todos aqueles consoles ou ela mesma cuidaria disso.

Foi aí que Cleidson mostrou quem manda (spoiler: a esposa) e teve a ideia de transformar sua coleção em um museu itinerante. O primeiro palco, em 2011, foi Campo Grande, cidade onde mora o colecionador, mas não demorou muito para a iniciativa decolar: “O sucesso de mídia e público foi gigantesco e o projeto ganhou força nacional”.

Curador do Museu do Videlogame - Acervo Pessoal - Acervo Pessoal
Com a casa tomada por mais de 250 aparelhos, o jornalista Cleidson Lima recebeu um ultimato da esposa: ou se livrava de todos aqueles consoles ou ela mesma cuidaria disso.
Imagem: Acervo Pessoal

E que força: em 2015 o Museu do Videogame, que permite interagir com quatro décadas de história dos videogames no mundo, já acumula três milhões de visitantes, passando por diversas cidades em pelo menos sete Estados do Brasil. No ano passado, foi reconhecido pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) como o primeiro museu do gênero no país e, em seguida, ganhou o prêmio de museu mais criativo pelo Ministério da Cultura.

Normalmente o Museu do Videogame é contratado por shopping centers, como uma forma de atrair visitantes e, de quebra, manter a atração gratuita aos visitantes. “Parece estranho dizer isso, mas nossa exposição tem como objetivo atingir um público que talvez jamais fosse a um evento de videogames”, explica Cleidson, que diz não saber quanto já investiu na coleção.

Para rodar o Brasil com centenas de videogames, a logística envolve uma organização modular, pois assim tudo caiba em duas carretas. Além do acervo do colecionador, há também estações de jogos de empresas como Sony e Ubisoft, que figuram entre os patrocinadores do Museu.

No futuro, porém, será preciso mais que carretas: Portugal e Espanha já manifestaram interesse em expor a coleção: “Será uma grande oportunidade de mostrar de que forma o mercado de videogames evoluiu na América do Sul e também unir ao acervo itens que foram lançados apenas na Europa”.

Nossa exposição tem como objetivo atingir um público que talvez jamais fosse a um evento de videogames
Cleidson Lima, criador do Museu do Videogame

Na era dos gráficos em alta definição e da realidade virtual, o Museu do Videogame é uma chance de os pais mostrarem aos filhos os aparelhos com os quais se divertiam na infância: “Embora tenhamos videogames da nova geração, os mais jovens estão cada vez mais procurando os consoles das décadas de 70, 80 e 90 para jogar. Eles estão compreendendo que gráficos não são tudo. Um bom jogo precisa ter enredo, jogabilidade, diversão e criatividade”.

Para saber por onde o Museu do Videogame vai passar, fique de olho no site oficial, que também traz mais informações sobre a atração, incluindo as peças do acervo.