Monitor de tubo e modem: Como era um PC gamer 'top de linha' dos anos 90?
Os jogos de PC são os mais avançados, tanto visualmente, quanto tecnologicamente. Para ter acesso a esse mundo o jogador precisa desembolsar uma pequena fortuna para estar em dia com os equipamentos de última geração. Essa é a verdade máxima para quem gosta de jogar no computador desde o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, quando a moda era ter em sua máquina um processador Pentim III da Intel, tido na época como o "processador mais rápido do mundo" e um kit multimídia.
Várias marcas de computadores como o HP Pavillion, Compaq Presario e até o Itautec tinham configurações "para jogadores", trazendo placas de vídeo como a Voodoo 2, Nvidia Riva TNT e ATI Rage 128. Essas peças faziam maravilhas para jogar games como "Diablo", "Grin Fandango" e "Quake 2". Tinha até comerciais de televisão no quais os pais ficavam desesperados para poder brincar com o computador do filho (veja no fim da matéria, logo abaixo).
As imagens ficavam belíssimas nos monitores de tubo de 15 polegadas e o som cristalino com as caixinhas de som da Creative que vinha acompanhada no kit multimídia Sound Blaster Live. A jogatina ficava completa para jogar online com os fax-modens US Robotics de 32 Kbps. Isso, claro, se o Windows 98 não desse "pau" sem nenhum motivo aparente.
Essas máquinas rodavam games como "Myst", "Onde está Carmen San Diego" e, talvez o maior clássico de todos os tempos, "Paciência". ´Por falar em clássicos, alguns jogos que exigiam o uso do mouse só foram possíveis nessa plataforma, como "Sam & Max" e "Full Throttle" – que já naquela época, eram localizados em português do Brasil – e alguns até com dublagem.
O maior problema é que esses computadores não eram realmente gamers. Você precisava comprar placas de vídeo e de som à parte e torcer para encontrar uma assistência técnica para instalar essas peças – ou contar com um "sobrinho que sabe tudo de computador" para fazer a instalação.
Não apenas isso, rodar games nunca foi uma tarefa fácil. Era necessário saber um pouco de programação básica para "expandir a memória" e até para fazer instalação dos discos pelo MS-DOS você precisava saber algumas linhas de comando.
Deixando as nerdices tecnológicas de lado, o "computador gamer" dessa época tinha uma visão muito mais ampla do que apenas jogar. O Itautec, por exemplo, tinha receptor de televisão. O Compaq Presario 5700 tinha uma função incrível para o usuário comum dos anos 90 a tecla "internet", que deixava "todas as informações do mundo ao alcance de um botão".
A internet por si só é um caso à parte. Sites eram feitos para serem mais limpos e com poucas imagens, afinal, navegar com um fax-modem de 32 Kbps era um martírio. Vale lembrar que os buscadores não eram tão espertos - alguns sites não eram indexados nos servidores. O Brasil contava com o Cadê, mas muitos internautas usavam na época o Altavista – ambos, anos mais tarde, foram adquiridos e absorvidos pelo Yahoo!.
A verdade é que os computadores para jogos hoje em dia, além de serem mais bonitos, deixaram a vida dos usuários mais simples. Contamos com ferramentas que facilitam a vida do nosso dia-a-dia menos burocrática como o Steam, que é a loja e o aplicativo que instala e gerencia seus jogos. Até mesmo os sistemas operacionais, como o Mac OSX, Windows e o Linux se tornaram mais confiáveis e simples.
Lembrar desses computadores antigos é divertido e saudosista, mas ainda bem que atualmente podemos nos preocupar menos com essas tecnicalidades e nos importar com o que é realmente importante: jogar.
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