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Fleeur: Youtuber vira apresentadora oficial de time profissional de "LoL"

Conhecida no YouTube pelo canal Dinossaura Games, Fleeur enveredou para o eSport e atualmente é a apresentadora da INTZ - Pablo Raphael/UOL
Conhecida no YouTube pelo canal Dinossaura Games, Fleeur enveredou para o eSport e atualmente é a apresentadora da INTZ Imagem: Pablo Raphael/UOL

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

03/11/2015 16h38

Com sorriso fácil e um jeito meio tímido, Nathalia Marchiore, de 22 anos, parece uma típica jovem paulistana. Quem a vê na rua não imagina que a moça é uma veterana entre os youtubers de games brasileiros, nem que faz parte do competitivo meio do eSport, acompanhando de pertinho uma das melhores equipes de "League of Legends" do país.

Nathalia, ou Fleeur, como é chamada na internet, é a apresentadora da INTZ, organização que foi vice-campeã do campeonato brasileiro de "League of Legends" e tem também times de outros eSports, como "Smite" e "Counter-Strike".  Função inédita entre as equipes de "LoL" por aqui, a apresentadora entra em cena em eventos nos quais o time participa e também nas transmissões de partidas pela internet, feitas em serviços como o Azubu.

"É como se eu fosse a mestre de cerimônias", explicou Fleeur ao UOL Jogos. "Eu acompanho os meninos em eventos como o Brasil Game Show, faço a cobertura do evento para a INTZ e entrevisto os jogadores".

Fleeur INTZ - Divulgação - Divulgação
O convívio de Fleeur com os meninos da INTZ às vezes desperta o ciúme das torcedoras do time: "Algumas meninas me olham com cara feia quando estou perto de um deles, eu só aceito, né?".
Imagem: Divulgação

"A melhor parte do trabalho é que somos todos amigos. Quando vou entrevistar um deles, não é aquela coisa falsa, a gente conversa numa boa", contou a ex-youtuber.

Dinossaura Games

Fleeur começou a fazer vídeos de jogos em 2012, depois de participar de várias transmissões (ou 'streams') de "Call of Duty" com os amigos. "A galera pedia muito e decidi criar um canal. No começo eu tinha medo de não ser aceita, mas deu muito certo, consegui 10 mil inscritos no primeiro mês". Hoje, o canal Dinossaura Games conta com 395.741 inscritos.

"Eu tentei criar vários canais, mas todo mundo já tinha pego os nicks que eu escolhia", contou Nathalia. "Eu queria Fleeur desde o começo, era o apelido que eu usava nos jogos, mas já existia um canal com esse nome. Então eu pensei: 'O que é legal? Dinossauros! Do que eu gosto? Videogames!' E aí ficou Dinossaura Games".

Fleeur também jogou "Smite" profissionalmente por algum tempo. Foi nessa época que conheceu os diretores da INTZ. "O Lucas e o Rogério estavam em um evento de 'Smite', acompanhando o time, e eu estava lá, jogando pela Void. Conversamos sobre streaming e isso levou ao convite para ser a apresentadora da INTZ".

A apresentadora admite que gostaria de voltar ao cenário competitivo, mas isso não vai acontecer agora. "A INTZ tem um time de 'Smite', mas não podem mexer agora na formação".

Além do eSport, Fleeur deixou para trás duas faculdades para se dedicar ao plano de carreira atual. "Eu cursava Marketing e Design Digital", explicou. "Eu tranquei as duas faculdades porque não me despertaram muito interesse. O que eu estava aprendendo era o que eu já fazia em casa, com os vídeos do YouTube. Claro que na faculdade você aprende muito mais, mas não gerou esse interesse logo de início e aí eu decidi trancar".

Meninas no eSport

Na opinião de Fleeur, há poucas meninas jogando profissionalmente e uma das razões é a mentalidade dos próprios jogadores. "Existe uma pontinha de preconceito, de achar que mulheres não jogado videogame. Eu acredito que alguns pro-players pensam assim e quando vão jogar com uma garota se perguntam se não seria melhor outro homem".

"Tem muitas meninas que jogam super bem, mas acham que vão ser discriminadas. Eu gostaria que tivesse mais mulheres jogando profissionalmente".

INTZ Fleeur - Pablo Raphael/UOL - Pablo Raphael/UOL
"Quando alguém faz um comentário ofensivo comigo no YouTube, no Facebook ou em outra rede social, eu não respondo porque eu acho engraçado, afinal o cara deve morar numa caverna embaixo da pedra. O próprio público acaba caindo em cima do cara e fazendo com que ele sinta vergonha do que falou. Muitos acabam apagando o próprio comentário".
Imagem: Pablo Raphael/UOL