Topo

Cosplayer atravessa São Paulo de metrô para chegar à Comic Con

Para chegar até a CCXP, Juliane viaja cerca de 1h do Tucuruvi ao Jabaquara, dois pontos extremos do metrô em São Paulo - Divulgação
Para chegar até a CCXP, Juliane viaja cerca de 1h do Tucuruvi ao Jabaquara, dois pontos extremos do metrô em São Paulo Imagem: Divulgação

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

04/12/2015 13h57

Durante os quatro dias da Comic Con Experience, feira de cultura nerd que acontece em São Paulo nesta semana, é fácil encontrar cosplayers na região do São Paulo Expo, o antigo Centro de Convenções Imigrantes. Mas alguns desses jovens vêm de longe para chegar ao evento: é o caso de Juliane Araújo, de 18 anos, que atravessou a cidade de metrô caracterizada como uma versão feminina do vilão Loki.

"Eu venho de metrô por falta de opção mesmo", contou a cosplayer ao UOL Jogos. "Não tenho quem me leve, então o jeito é pegar o metrô", disse Juliane, que embarcou na estação Tucuruvi da linha azul do Metrô e seguiu até a outra ponta da linha, o terminal Jabaquara, que fica a 1.300 metros da CCXP. Lá, a cosplayer deve pegar o translado oferecido ao público pela organização do evento.

"Andar de metrô com os adereços do cosplay é tranquilo", disse Juliane. "Eu fico mais preocupada com o assédio, já que a roupa é um pouco curta e muito chamativa". Trajada com um vestido verde todo elaborado, meias longas e botas - além de uma tiara dourada com chifres enormes - Juliane era a encarnação feminina de Loki, o vilão dos Vingadores.

"Não se trata de 'gender bent'", explicou a moça, em referência aos cosplayers que vestem trajes de personagens do sexo oposto, como um sujeito barbudo vestido de Mulher Maravilha ou uma garota vestida de Dr. Manhatan, por exemplo. "O Loki pode mudar de forma e nos quadrinhos ele já apareceu com corpo de mulher, usando um vestido parecido com esse".

Cosplay por diversão

Essa é a segunda vez que Juliane faz cosplay. A primeira foi na CCXP do ano passado, onde foi vestida de Harley Quinn. "Todo mundo reconhecia fácil o personagem, mesmo no caminho. As cores da Harley são fáceis de identificar. Não sei se vai ser assim com o Loki".


Juliane, que atualmente está esperando para saber se foi aprovada no vestibular, diz que passou dois meses trabalhando na fantasia, entre as peças que comprou e as que ela mesma fez. Rindo só de pensar no assunto, a cosplayer tentou contabilizar os custos da brincadeira: "Gastei R$ 150 com a bota, mais R$ 50 com a peruca e nem comecei a falar do custo de produção!"

"A questão do cosplay é que você precisa de pequenas coisas, como cola quente ou um tecido X e cada vez que você passa numa papelaria comprar alguma coisa, vai gastar uns R$ 40. Só que aí você tem que ir na papelaria amanhã de novo e depois de amanhã, porque ainda está faltando alguma coisa! Acaba saindo bastante dinheiro! Não saberia informar quanto eu gastei".

Juliane faz cosplay pela diversão e não pensa em participar de concursos e campeonatos mais sérios, como o que acontecerá no domingo (6), último dia da CCXP. "O concurso de cosplay exige uma precisão que eu não curto tanto. Eu gosto de pegar a fantasia e me apropriar, fazer mudanças na roupa da personagem".

A CCXP 2015 acontece entre os dias 3 e 6 de dezembro, em São Paulo.