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De forma divertida e inusitada, 'crossplayers' mudam o sexo de personagens

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

21/01/2016 18h16

Entre cosplayers o sonho de interpretar um personagem querido é realizado quando a fantasia, os trejeitos e as poses são incorporados à apresentação. Porém, de vez em quando eles se deparam com barreiras que, à primeira vista, dão a impressão de serem intransponíveis, como o sexo do personagem, por exemplo. Entretanto, para um grupo de cosplayers, isso não é problema algum. Existe até uma terminologia para isso: crossplay.

De acordo com o site Cosplay.com, crossplay é uma vertente do cosplay na qual o artista interpreta um personagem do sexo oposto. Por exemplo: uma garota que interpreta a Saori, dos Cavaleiros do Zodíaco, está fazendo um cosplay. Entretanto, se um rapaz faz isso, ele estará fazendo um crossplay.

Crossplay muda o sexo dos personagens - Reprodução - Reprodução
A versão feminina de Storm Trooper deve ter uma mira melhor que os clones de Darth Vader
Imagem: Reprodução

Assim como o cosplay, o crossplay surgiu como uma prática comum em eventos de anime. Quem faz isso quer fazer seja para prestar uma homenagem ao personagem, seja para fazer uma sátira ou até mesmo fazer um trabalho criativo, desconstruindo um personagem e dando seu toque criativo e pessoal.

Mas o caminho também está aberto para fazer o oposto: mudar o sexo do personagem. Nesse quesito os artistas reimaginam seu herói mudá-lo de sexo. Ainda não existe um termo comum para essa prática, mas alguns cosplayers chamam isso de "Gender Bender" (mudança de gênero, literalmente). 

Nesse caso, o cosplayer mostra como seria uma versão feminina de Esqueleto, do desenho "He-Man" ou como seria um Storm Trooper feminino, por exemplo.Um cosplay genderbender é quando o artista muda o visual do personagem, criando uma versão alternativa de outro gênero. Isso independe do gênero de quem faz a fantasia.

Mundo afora existem diversos crossplayers de renome, como Yuki Snow que venceu diversos campeonatos de cosplay e gosta principalmente de criar suas obras baseadas em mulheres dos animes. Outra pessoa que vale a pena ficar de olho é Jessica Lynn, que de vez e quando solta fotos de seus cosplays sensacionais em sua página no Facebook. Mas nunca é demais falar de Thais Jassim, que já foi a mundialmente conhecida por sua Samus, mas também encarnou Sephiroth, o vilão de "Final Fantasy VII".

Desafios a serem superados

Cosplayer brasileira faz Sephiroth de "Final Fantasy" - Reprodução - Reprodução
Thais Jassim já fez diversos cossplays, mas também já encarnou a pele de Sephiroth
Imagem: Reprodução

Existem desafios para os praticantes do crossplay. Em teoria, fica mais fácil para uma garota fazer um crossplay de personagens de animes e mangás, pois nessas mídias os homens costumam ser retratados com rosto fino, traços delicados, corpo longilíneo e coisas do tipo. Claro que existe uma atenção especial para esconder os seios, mas no geral o resultado é sempre impactante.

Já os garotos têm que lidar com diversos problemas, como aprender a andar de salto, criar enchimento para os seios e fazer uma boa maquiagem para esconder os poros da barba e dar um pouco mais de delicadeza em seus gestos.

No final das contas o que vale a pena é se divertir e mostrar o lado bacana e a criatividade que existe no mundo da cultura pop. Vale apenas pontuar que o ato de fazer crossplay não tem nada a ver com a orientação sexual do artista - da mesma forma que um ator não se torna homossexual por interpretar um personagem gay em um filme ou novela.