Argentino e brasileiro se unem para criar fliperama portátil
O amor por games antigos foi capaz de superar qualquer rivalidade histórica entre Brasil e Argentina, ao menos no caso do publicitário argentino Hernán Rebaldería e do designer brasileiro Luiz Lavos. A dupla, que mora em São Paulo, uniu seus conhecimentos para construir um fliperama portátil, que serve tanto como peça decorativa quanto para jogar milhares de games.
Chamado de "Arcade Jr.", o aparelho é mais um que utiliza o mini-computador Raspberry Pi e o software Retro Pie para emular games de diversas plataformas, desde Atari e Nintendinho até os fliperamas de luta dos anos 1990. "Não inventamos a roda, não inventamos os emuladores", explica Luiz Lavos em entrevista ao UOL Jogos. "O que fizemos foi construir um console que é uma peça de design nostálgica e funcional".
O Arcade Jr. é realmente muito bem feito, com a aparência de um grande controle de fliperama, com alavanca e seis botões. O aparelho é iluminado por dentro e possui todas as peças que você espera encontrar num gabinete de arcade, mas com a diferença que cabe numa mochila e pode ser levado para qualquer lugar.
O preço, porém, não é nada barato: O Arcade Jr. custa R$ 2,500. Luis não acha que o valor elevado seja um problema: "O Arcade Jr. não é um produto de massa. Desde o começo não queríamos cair na categoria dos caras que vendem Raspberry no Mercado Livre, queríamos fazer o melhor console caseiro possível, com o melhor controle, botões, um acabamento de primeira, para a gente e os amigos próximos".
Luiz conta que quando conheceu Hernán, o argentino havia construído um gabinete de fliperama com um PC dentro. "O resultado era legal, mas achei meio tosco", explica o designer que já tinha como hobby o artesanato em madeira. "Fizemos um fliperama juntos, os amigos se interessaram, mas era grande, quase do tamanho de uma geladeira!", conta. Daí nasceu a ideia de fazer algo menor, mas que preservasse a sensação de nostalgia.
Todo o processo de fabricação foi registrado no Facebook, e acabou despertando a atenção de muita gente. "Com a proporção que a coisa tomou, decidimos vender para o público. Mas as peças são importadas, a produção é artesanal e aí o dólar disparou...", diz Luiz, justificando o preço. "Não podemos abrir mão dos componentes de qualidade para baixar o preço".
O designer explica que como o Arcade Jr. é produzido de forma artesanal, eles conseguem manter o controle da qualidade, ainda que não estejam ganhando dinheiro com o aparelho. "Leva tempo para ficar pronto, não temos condições de fazer um monte". Hoje, o prazo de entrega do console é de 90 dias e é preciso pagar um sinal no valor de R$ 1 mil e o restante quando o videogame fica pronto.
"Estamos indo à passos de bebê", diz Luiz, que já tem um lote de 10 unidades pronto para enviar para os compradores e cerca de 8 unidades para entregar nos próximos meses. Todo o marketing do Arcade Jr. é feito via boca-a-boca entre os amigos e compradores do aparelho, mas mesmo assim, a dupla já alcançou clientes em outros países, como o Peru.
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