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Ele largou a faculdade nos EUA para viver o sonho de jogar "LoL"

Rafael "Rakin" Knittel tem 21 anos, estudou nos EUA e agora vive o sonho de ser jogador profissional de "League of Legends" - Divulgação
Rafael "Rakin" Knittel tem 21 anos, estudou nos EUA e agora vive o sonho de ser jogador profissional de "League of Legends" Imagem: Divulgação

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

18/03/2016 16h27

Rafael "Rakin" Knittel, 21 anos, soteropolitano, é jogador profissional de "League of Legends" da Big Gods, um dos times que luta para conseguir uma vaga na segunda etapa do CBLoL, a 'Primeira Divisão' da competição oficial do game por aqui. Destaque do Circuito Desafiante, transmitido exclusivamente pela Azubu, "Rakin" tem uma particularidade bem interessante em seu curriculum esportivo: ele largou a faculdade nos EUA para se dedicar ao "LoL".

"Conheci o jogo quando estava fazendo o high school na Europa, mas só comecei a jogar competitivamente mesmo quando fui fazer faculdade nos Estados Unidos", conta "Rakin", que foi o atirador do time norteamericano Call Gaming, em 2014.

"Foi a primeira experiência que tive no competitivo fora do Brasil e em um time mais estruturado. A gente treinava em horário certo contra outros times universitários e da Challenger Series [o Circuito Desafiante dos EUA] e foi muito da hora. A gente até tentou entrar na Challenger Series e na LCS. Se tivéssemos conseguido, teria sido muito legal pois seríamos a primeira equipe universitária a fazer isso", lembra.

Mesmo em uma liga universitária, a Call Gaming não estava focada em apenas jogar. "O foco não era o jogo e isso meio que confundia às vezes. Ao mesmo tempo que estávamos tentando entrar na LCS, existia a preocupação com uma prova e tínhamos que balancear as duas coisas – o que não era tão fácil assim", conta.

Com a alta do dólar em 2015, "Rakin" resolveu trancar a sua matrícula na Universidade da Califórnia e voltou para o Brasil para perseguir seu sonho de jogar "League of Legends" profissionalmente.

"Eu vim para o Brasil para jogar mesmo. Não sabia se ia ser um streamer, não sabia se ia jogar [profissionalmente]. Decidi trancar [a faculdade] porque o dólar estava muito alto mesmo. Não tinha como [arcar com o preço da faculdade]. Eu vim para cá com essa mentalidade de focar no 'LoL' mesmo", relembra.

Você pode assistir às partidas de "Rakin", pela Big Gods, no canal da XLG na Azubu.tv

Subindo os degraus

Seu primeiro time quando chegou aqui foi a Brave e-Sports, mas sua passagem por lá foi um tanto curta e, logo em seguida, "Rakin" passou para a Jayob. Lá jogou ao lado de outros jogadores que hoje são de grande destaque no CBLoL como Bruno "Goku" Miyaguchi, da Operation Kino, e Gustavo "Baiano" Gomes, da Keyd Stars.

Circuito Desafiante de "League of Legends" - Divulgado - Divulgado
Organizado pela XLG, o Circuito Desafiante de "League of Legends" é um campeonato que garante uma vaga para o CBLoL para o time vencedor. A final do torneio vai acontecer no dia 26 de março com transmissão exclusiva pela Azubu.tv
Imagem: Divulgado

Mas "Rakin" queria voltar a jogar na posição em que se sente mais confortável, na rota do meio, e foi chamado para atuar assim na Big Gods. Seu time é tido como o favorito para conseguir uma vaga no CBLoL, mas se quiser isso vai precisar vencer a partida contra a Overload (ex-Estúdio XP) no próximo dia 26 de março.

A equipe mostrou um ótimo trabalho no decorrer do Circuito Desafiante, vencendo todas as partidas na fase de pontos e ficando como líder isolada na tabela. Porém, mesmo com jogadores muito bons, a Big Gods tem ciência que precisa aumentar o nível de jogo caso chegue ao CBLoL.

"O nosso time conta com muitos talentos individuais e muito fortes para o Circuito Desafiante. Mas chegando no CBLoL a gente não vai poder contar com isso, por que lá vai ter jogadores extremamente fortes individualmente em todos os times. Estamos trabalhando bastante tendo uma noção disso e no nosso jogo em equipe para a gente ter uma team fight bem polida, melhorar nossas rotações e para isso a gente está treinando muito mesmo. Muito, muito, muito", conta.

"Rakin" atua ao lado de Filipe "Ranger" Brombilla na rota do topo, Leonardo "Leozuxo" Camicia como caçador, Lucas "Luskka" Rentechen como atirador e Ygor "RedBert" Freitas como suporte. Tanto ele quanto seus fãs sabem que ele não está em seu potencial máximo e, por causa disso, está passando por um treinamento bastante puxado para voltar ao mesmo desempenho de quando jogava nos EUA.

Depois do jogo

Você já pensou qual vai ser o futuro dessa molecada depois que se aposentar da carreira de jogador profissional de "League of Legends"? "Rakin" quer concluir os estudos.

"O plano de vir para o Brasil era ficar no mínimo um ano aqui e, por enquanto, não tenho previsão de volta. Mas quero voltar para concluir meus estudos. Após me graduar eu queria continuar na área de eSports, no marketing, desenvolvimento, seja o que for. Mas o foco depois da minha carreira [de jogador] profissional é voltar para os EUA, concluir a faculdade e ainda trabalhar nessa área".

Para "Rakin", o sonho de ter games ligados à sua profissão continuará sendo o foco de sua carreira profissional. "Nunca quero me desligar disso, porque [os jogos] sempre foram parte de minha vida e gosto disso desde minha infância quando joguei 'Ragnarök' com nove anos de idade. Então eu sinto que isso é uma coisa que não vou conseguir me desligar tão facilmente. [Isso] faz parte da minha vida".