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Para produtor de "Tekken", Brasil é terra "exótica e misteriosa"

Victor Ferreira

Do Gamehall, em São Francisco*

22/04/2016 11h00

Estreante de "Tekken 7", a lutadora Katarina Alves é a terceira personagem da popular série de jogos de luta nascida no Brasil - seguida de Eddy Gordo e Christie Monteiro. Isso torna o país um dos mais bem representados da franquia, ficando atrás apenas do Japão, EUA e Rússia (e talvez a China, ao considerar que Lei Wulong nasceu em Hong Kong).

De acordo com o produtor da série, Katsuhiro Harada, isto deve-se em parte pela distância do país com o Japão, o que ajuda a transformar o Brasil em uma terra mais exótica.

"O Brasil fica exatamente no lugar oposto do globo em relação ao Japão, então é um dos países mais longínquos", explicou. "Eu fui convidado para uma edição do Brasil Game Show, e tomei voos e conexões que levaram 34 horas!"

"Mas, assim que cheguei, fiquei surpreso com a paixão da comunidade de games por lá", continuou. "Senti que com a natureza competitiva das pessoas, seria mais fácil para elas entender o que torna os jogos de luta tão divertidos".

Tekken 7 - Katarina - Reprodução - Reprodução
Katarina Alves é a terceira lutadora de "Tekken" a vir do Brasil
Imagem: Reprodução

Bela, recatada e do lar

De acordo com Harada, Katarina foi elaborada com um visual chamativo para atrair o maior número de pessoas possível - homens e mulheres -, e torná-la um personagem ideal para quem tem pouca experiência com a série.

"No começo queríamos, obviamente, que a comunidade latino americana gostasse dela, mas mais do que isso, queríamos que fãs na Ásia, América do Norte, e Europa, homens ou mulheres tivessem algum interesse. Por isso criamos essa imagem de uma 'bad girl' que é tão legal".

Harada também comentou sobre a possibilidade de críticas envolvendo o visual provocativo de Katarina, tal qual aconteceu em certos momentos com a personagem Laura, de "Street Fighter V".

"Diria que impressões são bem diferentes dependendo do espectador, e que não acho que indivíduos reclamando antes de ouvir o ponto de vista do criador ou recepção da comunidade que joga o jogo é injusto", disse. "Cada um destes personagens tem suas próprias identidades e credos. Suas personalidades, crenças e lugar de criação são em geral refletidas no seu vestuário. Espero que as pessoas vejam o personagem completo, e não só sua aparência." 

Katsuhiro Harada - Victor Ferreira - Victor Ferreira
O produtor Katsuhiro Harada, com um terno invejável
Imagem: Victor Ferreira

"Eu fico pensando se estes mesmo críticos ficam julgando as roupas de seus amigos diariamente", completou.

"Tekken" em português?

Harada diz que há sempre a possibilidade de que "Tekken 7" seja traduzido para o português, "se houver muito interesse para isso".

"As vozes, porém, são um caso a parte, já que a regra é que cada personagem fale com sua língua nativa. Isso é algo que torna a série única, e esperamos manter isso".

Com versão para console confirmada para o PS4, "Tekken 7" ainda não tem data de lançamento definida.