Sucesso na E3, realidade virtual já existe em smartphones no Brasil
Principal atração na E3 deste ano, a realidade virtual promete mudar a forma como consumimos entretenimento. Mas o que parece um sonho distante nos consoles e computadores, já é uma realidade entre os usuários de smartphones. O Gear VR, da Samsung, já está disponível aqui no Brasil desde dezembro do ano passado.
Numa primeira olhada, o aparelho é bem parecido com outros visores de realidade virtual, ou seja, um trambolho de plástico que você prende na cabeça para mergulhar em mundos fictícios, filmes e shows musicais. Mas, ao invés de ficar ligado por cabos num computador ou ao alcance do PlayStation 4, você tem bastante "mobilidade" com o Gear VR, pois ele usa o celular acoplado diretamente ao visor.
O acabamento do visor é de alta qualidade e inclui um touchpad para navegar pelos menus e mesmo em alguns games. Você pressiona os botões direcionais na lateral do visor, mais ou menos como se estivesse imitando o Ciclope dos "X-Men". Em alguns apps a navegação é feita com o olhar. Fixe a visão em um ponto da tela e a imagem vai até lá. É um truque divertido, mas que não se compara a jogar de verdade.
É em jogos como "Gunjack", da CCP (produtora do promissor "EVE Valkyrie") que a experiência mostra todo seu potencial: Neste game, você se torna um piloto em uma batalha espacial, disparando raios laser e mísseis teleguiados contra naves alienígenas e asteróides. O game em si é bem simples, como são todos os jogos feitos para a realidade virtual até agora, mas a imersão causa um efeito curioso: Você se pega prestando muito mais atenção aos detalhes do cenário, explorando a cabine da nave com movimentos da cabeça, do que faz em um jogo normal. Esse efeito é frequente em jogos na realidade virtual, onde a simplicidade das mecânicas é compensada pela exploração do ambiente.
"Gunjack" é um jogo simples, mas bem bonito, feito com o motor gráfico Unreal Engine 4 - o mesmo de games robustos como "Mortal Kombat X" e "Batman: Arkham Knight", por exemplo. Ainda assim, é uma experiência feita para a realidade virtual e que é melhor aproveitada quando você joga por uns 10 minutos de cada vez.
Outro ponto alto da brincadeira com o Gear VR são os games de terror. Jogos como "Dreadhalls" não deixam nada a desejar aos fãs de "Outlast" ou "Resident Evil". Você precisa explorar uma masmorra e achar a saída, resolvendo quebra-cabeças e levando vários sustos. Outros games mais simples, como "Sisters", podem ser definidos como "histórias de fantasma para sentar e aproveitar" (mas acho que "se assustar" é mais apropriado do que "aproveitar"). Com sustos fáceis, os games de terror são ideais para mostrar para os amigos o impacto do brinquedo novo.
Ainda há muitos jogos para o Gear VR que são versões adaptados dos computadores, vindos do irmão mais velho Oculus Rift. Por isso, é bom ter além do smartphone e do visor, um bom controle bluetooth e fones de ouvido. Embora seja possível usar o Gear VR em qualquer lugar, o ambiente ideal é um quarto confortável (onde você não vai bater em algum objeto por acidente) e com pouca iluminação externa. Ou seja, apesar da portabilidade, no final você vai usá-lo no mesmo tipo de ambiente em que usaria outros óculos de realidade virtual.
Além dos jogos, há também filmes, shows musicais e apps de turismo (onde você faz passeios por cenários em 360º). Mas ao contrário dos games, assistir filmes ou concertos com o visor não são experiências das mais agradáveis, seja pela longa duração ou pela sensação de solidão - afinal, você está curtindo aquilo tudo sozinho, quando poderia estar vendo o filme ou o show junto de outras pessoas.
Compatível com os modelos mais recentes do smartphone Samsung Galaxy (toda a linha S6 e o S7), o Gear VR custa cerca de R$ 800. Embora seja uma experiência mais limitada do que a que você teria em um HTC Vive ou PlayStation VR, o nível de imersão na brincadeira impressiona e, se você tem um celular compatível e uma grana sobrando, pode ser uma boa porta de entrada para essa nova brincadeira.
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