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Jogamos: "Watch Dogs 2" quer ser o "GTA V" da Ubisoft

Marcus Holloway terá que usar suas habilidades geeks e físicas para encarar os desafios de "Watch Dogs 2" - Divulgação
Marcus Holloway terá que usar suas habilidades geeks e físicas para encarar os desafios de "Watch Dogs 2" Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do UOL, em San Francisco*

17/08/2016 13h18

Quando "Watch Dogs" foi lançado, em 2014, a sua recepção foi mista: ainda que a estreia de uma nova franquia - e, no caso, com ideias inovadoras - tenha sido algo comemorado, a execução envolvendo o título ficou muito aquém da aceitável. Para piorar, a Ubisoft foi alvo de diversas críticas pelo fato do visual mostrado nas prévias do jogo não corresponder ao produto final.

Considerando esse histórico, é de se esperar que "Watch Dogs 2" tenha como primeira missão não apenas superar tudo que o seu antecessor apresentou, mas sim colocar em prática e de maneira satisfatória as boas ideias trazidas pela franquia. E, pelo que UOL Jogos pode experimentar em uma versão preliminar do jogo, a Ubisoft parece estar no caminho certo - a própria produtora diz que se espelha no caso de "Assassin's Creed", quando o segundo jogo da série representou um grande avanço em relação ao seu antecessor.

De cara, chama a atenção a fidelidade do mapa e o fato de, ao contrário de outros games da produtora, ele já estar inteiramente disponível de cara. A ação se passa em San Francisco e, além da região central da cidade, há áreas periféricas, como Oakland. Em todos os casos, ruas, construções e horizonte são bastante próximos aos vistos na vida real. 

A quantidade de pessoas circulando pelas ruas aumentou em "Watch Dogs 2", o que ajuda a afastar o aspecto de "cidade fantasma" encontrado no game anterior. Em regiões turísticas de San Francisco, como os piers da Fisherman's Wharf, é possível encontrar famílias passeando. A quantidade de pessoas, porém, ainda é inferior à vista em outros títulos do tipo, como "GTA V".

GTA geek

Por falar no game da Rockstar, a ideia é que "Watch Dogs 2" represente para a Ubisoft o que "GTA V" é para a produtora nova-iorquina. Se a San Francisco retratada não é tão grande quanto a Los Santos de "GTA", a expectativa é que haja bastante coisa para fazer na cidade. E isso inclui desde atividades aleatórias como a busca de colecionáveis ou lugares para customizar o seu visual, até mesmo missões.

O jogador não segue um script fixo: a meta principal é acumular seguidores para a causa da DedSec, um grupo de hackers contrários a qualquer forma de vigilância adotada pelo governo. E isso pode ser feito de diversas maneiras, o que envolve completar missões e até mesmo tirar selfies em pontos turísticos da cidade. Conforme a organização arrebanha novos entusiastas, mais missões são abertas ao jogador.

O fato de pertencer a uma organização também faz Marcus Holloway, protagonista do game, se distanciar do perfil antissocial de Aiden Pearce, estrela de "Watch Dogs". E isso fica claro no modo cooperativo, onde jogadores podem formar duplas para completar determinadas missões - o que, com um pouco de coordenação entre os envolvidos, pode ser algo bastante divertido. Há também um multiplayer competitivo, que não foi testado durante essa demonstração. Nele, a Ubisoft anunciou que haverá dois modos: um com o intuito de hackear os adversários sem ser detectado e outro que incentivará a "caça" de outros jogadores que estiverem sendo procurados pela polícia. 

Por falar em hacking, a mecânica retorna aprimorada em "Watch Dogs 2", dando mais liberdade aos jogadores após eles invadirem sistemas eletrônicos. Ao invés de uma ação pré-determinada como ocorria no game anterior, será possível selecionar mais opções de interação com os aparelhos invadidos - além de fazer um hacking rápido com o toque de um botão. Ainda sobre essa questão, Holloway pode utilizar dois drones para acessar sistemas de difícil localização: um voador e outro que se assemelha a um carrinho de controle remoto.

O hacking, aliás, é parte fundamental para o jogador decidir se vai abordar as missões de forma letal ou não. Caso a escolha seja por transformar Holloway em um tanque de guerra, há armas para tal, porém essas ações terão como consequência alertar inimigos e também a polícia. Se a escolha for por uma abordagem mais sutil, as missões precisarão ser bem planejadas e, consequentemente, levarão mais tempo para serem completadas.

Técnica eficiente

Outro aspecto que representa um passo adiante em relação a "Watch Dogs" é a parte técnica. A jogabilidade se mostrou mais precisa nessa sequência e atividades como dirigir, controlar drones, utilizar movimentos de parkour e enfrentar inimigos ocorrem de maneira natural. O visual do jogo também é competente e, como dito anteriormente, a cidade de San Francisco está bem representada, com o jogador sendo capaz de ver pontos em uma distância considerável caso esteja, por exemplo, em algum mirante.

Veja apresentação do game na E3 2016

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Mesmo que a porção experimentada durante a sessão testes seja uma pequena fração do do jogo final, fica claro que "Watch Dogs 2" representa um avanço considerável para a franquia. Se o game final irá fazer jus às expectativas, isso só saberemos em 15 de novembro, quando o jogo sai para PC, PlayStation 4 e Xbox One. 

Não será nessa data, porém, que "Watch Dogs 2" se mostrará à altura de "GTA V", referência da categoria. Para chegar perto do sucesso da Rockstar, o suporte da Ubisoft, especialmente com a adição de novos conteúdos, é fundamental nos meses e até anos após o lançamento do título. Resta, portanto, aguardar. 

*O jornalista viajou a convite da Ubisoft