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Testamos: Xbox One S corrige bem as falhas do modelo original

Gears no Xbox One S - Divulgação - Divulgação
"Gears of War 4" vai usar o processamento extra para rodar mais bonito no Xbox One S, mas a Microsoft garante que os próximos games continuarão rodando em ambas as versões do console.
Imagem: Divulgação

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

17/08/2016 13h20

Versão menor e melhorada do atual console da Microsoft, o Xbox One S foi lançado nos EUA e começa a ser encontrado em lojas brasileiras, ainda que a importação oficial ou a fabricação local sejam sonhos distantes. Além do design mais atraente, o console tem como maior argumento de venda o suporte para rodar filmes em resolução 4K. Mas será que vale a compra para quem não tem um monitor ou TV Ultra HD?

UOL Jogos passou alguns dias com um Xbox One S e, após testar o aparelho, a resposta é: Sim, vale. O Xbox One S traz não só funções extras que o tornam mais "resistente" à passagem do tempo do que o modelo antigo, mas também corrige bem as falhas do console original.

Logo de cara, se nota que o Xbox One S é menor do que o console anterior, mas não tanto quanto se imagina vendo as fotos de divulgação: 40% menor, ele é praticamente do mesmo tamanho que o concorrente PlayStation 4. Mas o design bonito e o acabamento em branco e preto (com detalhes em baixo relevo escondidos aqui e ali) tornam o "Xoninho" uma peça decorativa mais agradável do que o primeiro Xbox One.

Por não ser tão pequeno assim, a maior preocupação dos donos de Xbox desaparece rapidamente: Um possível superaquecimento pelos componentes estarem próximos da fonte de energia, que agora é interna. Mesmo jogando por várias horas seguidas, o Xbox One S não esquenta muito. A carcaça é cheia de saídas de ar e, como o videogame fica na posição vertical usando uma base bem fácil de instalar, o calor gerado é dissipado no ar de forma mais eficiente do que no modelo anterior.

Muda algo nos jogos?

Após uma instalação inicial bem mais rápida do que a do Xbox One, você só precisa configurar seu perfil de usuário do Xbox Live para se sentir "em casa" e começar a baixar os jogos da sua biblioteca. A velocidade do download não muda em nada, já que independe do console, mas a instalação - mesmo de jogos em disco - é bem mais rápida.

Não há uma forma oficial de transferir o conteúdo do HD do Xbox One original direto para o Xbox One S, mas ambos aceitam o uso de HD externo. A solução encontrada no teste de UOL Jogos foi passar os games do Xbox One para o disco externo e aí plugar o HD no aparelho novo. Daí você decide se quer transferir o conteúdo para o disco do videogame ou deixar o espaço livre para baixar mais jogos.

Nos games, se notam diferenças pequenas de performance em alguns títulos: Sim, "Project Cars" parece mais fluido, com a taxa de quadros por segundo um pouco mais elevada em comparação ao jogo rodando no Xbox One original, mas nada que realmente mude a experiência. Aonde o processamento extra (que deveria servir apenas para os vídeos em 4K) fez diferença foi em "Doom": o jogo de tiro ficou praticamente livre do irritante efeito "pop in", com as texturas sendo carregadas automaticamente.

Por fim, o controle do Xbox One S é superior ao modelo antigo. É praticamente uma versão mais acessível do Elite, com acabamento mais simples e sem todas as parafernálias que envolvem o joystick "top de linha" da Microsoft. A pegada é mais firme e o direcional digital é mais preciso - você vai notar a diferença ao jogar games como "Killer Instinct", "Mortal Kombat X" ou "Forza Motorsport 6".

Além disso, o controle tem entradas para o headset original do Xbox One e para um fone convencional, assim como o dobro de alcance do modelo anterior e tecnologia Bluetooth. Essa última novidade deixa o controle alinhado com a filosofia "jogue em qualquer lugar" da Microsoft, ao permitir que o joystick seja reconhecido por computadores com Windows 10 e tablets Windows Phone automaticamente, por exemplo.

Vale notar, o controle não se conecta ao Xbox One S via Bluetooth. O sistema de rádio usado para ligar o controle ao console é igual ao do primeiro modelo, ou seja, você pode comprar um para usar no seu Xbox One original.

E o Kinect?

O Xbox One S não tem entrada para o Kinect. Se você tem um e quer continuar usando ele (como câmera para suas livestreams ou para jogar "Just Dance", por exemplo), vai precisar comprar um adaptador para uma das portas USB 3.0 do aparelho.

Se você só usava o Kinect para dar comandos de voz para o Xbox One, pode continuar fazendo isso com a assistente pessoal Cortana, que reconhece os comandos feitos pelo headset.

Vale a compra?

Se você já tem um Xbox One e não pretende se desfazer do videogame, o Xbox One S é só mais um console para você ter em casa, com algumas funções a mais e soluções melhores, mas que usa o mesmo sistema operacional e roda os mesmos jogos que você já possui. Caso você não tenha o aparelho ainda e pretende comprar um, então o novo modelo é a melhor alternativa.

E, claro, se você tem uma TV Ultra HD, este é o único console no mercado que reproduz filmes e séries em 4K, seja de discos ou via streaming. Além disso, o Xbox One S consegue fazer 'upscaling' dos games para uma resolução próxima ao 4K. O resultado não é tão bom quanto o Ultra HD nativo que os jogadores mais dedicados do PC conhecem, mas já dá um gostinho do que esperar do Scorpio, modelo mais robusto do console que está previsto para o final de 2017.

Como o aparelho ainda não é vendido oficialmente pela Microsoft no Brasil, os preços variam bastante, ao gosto do importador. O Xbox One S de 2TB é o modelo mais bacana do novo console, por vir com mais espaço em disco e a base para ficar na posição vertical, pode ser encontrado em São Paulo por cerca de R$ 2,500. Os modelos de 1TB e 500 GB saem por preços mais em conta, variando entre R$ 1,800 e R$ 1,500.