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"Monster Hunter" sai da zona de conforto e se reinventa em "Generations"

"Generations" reinventa "Monster Hunter" sem jogar fora o que a série tem de bom - Divulgação/Capcom
"Generations" reinventa "Monster Hunter" sem jogar fora o que a série tem de bom Imagem: Divulgação/Capcom

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

29/08/2016 16h01

Sucesso estrondoso no Japão e moderado em outros cantos do mundo, "Monster Hunter" já é uma franquia veterana. Muito copiadas, suas mecânicas criaram um gênero próprio, e há quem diga que a parceria entre Nintendo e Capcom em torno da marca foi instrumental para a ascensão do 3DS.

Um histórico como esse faz da existência de "Monster Hunter Generations" uma surpresa. Afinal, esperamos complacência de séries que atingem esse tamanho, e não vontade de se reinventar.

Exclusivo para Nintendo 3DS, o novo capítulo da saga não muda a essência das caçadas, mas dá aos jogadores acesso a uma quantidade quase interminável de armas e estratégias novas que podem ser usadas contra os enormes monstros que dão nome à experiência.

A ação frenética de "Monster Hunter Generations"

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"Monster Hunter Generations" não é "Monster Hunter 5", mas sim um título experimental que parece dar pistas do caminho que a série trilhará daqui pra frente.

Nota de Monster Hunter Generations - Montagem/UOL - Montagem/UOL
Game foi avaliado no Nintendo 3DS
Imagem: Montagem/UOL

No centro das mudanças estão os sistemas de Hunter Arts e Hunting Styles, que impactam o ritmo dos combates e permitem que jogadores personalizem ainda mais o comportamento de seus avatares.

Hunter Arts são como habilidades especiais, atreladas ou não a tipos específicos de armas. Elas vão desde ataques poderosos porém lentos até invocações que concedem melhorias de atributos a um grupo inteiro de caçadores.

Já os Hunting Styles são, como o nome indica, diferentes estilos de combate. No estilo Aerial, por exemplo, os caçadores conseguem saltar com mais facilidade, mas perdem acesso a certos combos básicos. Já no Striker, ataques comuns são substituídos por Hunter Arts mais eficientes.

Somadas aos 14 diferentes tipos de armas já existentes em capítulos anteriores da série, as novas mecânicas garantem que qualquer jogador seja capaz de encontrar pelo menos uma dezena de estratégias de combate diferentes que se adequem a seu estilo de jogo. As possibilidades são imensas.

Astalos no Monster Hunter Generations - Divulgação/Capcom - Divulgação/Capcom
Astalos é uma das estrelas dentre os monstros debutantes em "Generations"
Imagem: Divulgação/Capcom

Por aproveitar conteúdo de games anteriores da série, como mapas e monstros, "Generations" rende centenas de horas de diversão. Mas a 'reciclagem' tem um ponto negativo: muitos dos inimigos não foram ajustados para resistir a todas as novas estratégias de combate, e deixaram de ser tão intimidantes.

As principais exceções são os monstros novos que, como de costume para "Monster Hunter", são inventivos e assustadoramente bem animados.

Tutoriais opcionais e um modo chamado Prowler, que permite aos jogadores explorar o mundo sob a perspectiva de um Palico, com controles simplificados, são as duas tentativas que "Generations" faz de cortejar novatos. Mas "4 Ultimate" já tinha melhorado muito no quesito acessibilidade - quem testou aquele game e mesmo assim não conseguiu gostar da série ganha mais esperando pelo RPG de turnos "Monster Hunter Stories" antes de tentar de novo.

"Generations" é um importante degrau para a mais consistente série da Capcom, que diverte fãs ao mesmo tempo que os deixa salivando pelo que ainda está por vir.