Logitech G29 cobra caro por dose extra de realismo em jogos de corrida
Games de corrida com pegada mais voltada para a simulação costumam impor uma barreira inicial que dificilmente é superada. Por mais que o jogador se saia razoavelmente bem utilizando um controle, o potencial desses jogos só pode ser explorado ao máximo ao se utilizar um volante para a jogatina. O acessório, além de proporcionar uma dose extra de realismo, também oferece um grau de precisão que não é encontrada em um controle comum.
Ou seja: é a pedida perfeita para entusiastas que querem diminuir alguns segundos em seus tempos de volta.
Quem quiser ter um acessório do tipo, porém, terá que abrir - e bem - a carteira. UOL Jogos avaliou um dos exemplares de volantes disponíveis para PlayStation 4, o Logitech G29. E, por mais que ele cumpra com perfeição seu papel, o seu custo-benefício (como veremos adiante) acaba sendo uma bela derrapada: no Brasil, ele é vendido por R$ 2 mil, mesmo preço do modelo "quase gêmeo" G290, destinado a quem joga no Xbox One.
Evolução, mas com ressalvas
Considerando o G27 - modelo que antecedeu o atual G29 e que, infelizmente, não é compatível com o PlayStation 4 -, a Logitech realizou uma série de mudanças no acessório. A mais clara delas está no miolo do volante: enquanto no anterior encontrava-se apenas fileiras de três botões em cada lado, neste há quase que uma reprodução total dos botões vistos no Dualshock 4.
Além de um direcional digital e oito botões, há também um seletor circular com 24 posições e um outro conjunto de botões "+/-", que permitem ajustar parâmetros do carro em tempo real, dependendo do jogo e das configurações escolhidas. É uma forma, por exemplo, de aumentar ou diminuir configurações de diferencial ou controle de tração curva a curva. Soa como preciosismo - e, até certo ponto, é -, mas é o tipo de coisa capaz de encantar entusiastas.
Ainda sobre os botões, nem todos estão bem posicionados. Um exemplo são o "L2" e o "R2", que ficam próximos do miolo do volante e distantes do polegar de jogadores com mãos menores. Já o botão "Option", comumente usado para pausar a jogatina, fica em um nicho juntamente com o "Share" e o "PS". Eles estão muito próximos e, invariavelmente, ao tentar utilizá-lo rapidamente vez ou outra você acabará indo para a tela inicial do PlayStation 4 ou compartilhando uma captura de tela. Ainda nesta parte, há indicadores em LED que mostram a melhor hora para trocar de marcha.
O aro do volante, por sua vez, proporciona uma pegada firme e é capaz de girar 900° como seu antecessor, o que resulta em manobras mais suaves e precisas e aproxima a experiência da encontrada em um veículo real. Atrás do aro estão duas pás para a troca de marchas. Com acabamento e alumínio, elas são facilmente acessadas e têm operação ágil.
Por fim, os pedais mantém o mesmo padrão encontrado no G27, porém têm molas com carga mais elevada. Em suma: exigem mais força nos pés para serem operados. O lado bom dessa característica é que o jogador consegue ter mais sensibilidade na hora de acelerar ou frear.
Apesar do conjunto ter um pedal dedicado à embreagem, o câmbio manual - item de série no G27 - não vem junto com o pacote do G29. É possível utilizar o câmbio do modelo anterior, mas não deixa de ser uma falha considerável para um produto caro como este.
Como é na prática
Testamos o G29 utilizando três títulos: "F1 2016", "DiRT Rally" e "Assetto Corsa". Em todos eles, o acessório proporcionou uma jogabilidade consideravelmente melhor do que a experimentada em um controle comum. Nesse ponto, destaque para "Assetto Corsa", título cuja diversão aumenta de forma substancial quando jogado com um volante.
Nos demais casos, especialmente considerando o fato de serem títulos bem adaptados ao uso do controle comum, a diferença não é tão gritante. Ainda assim, a precisão extra proporcionada pelo periférico contribui para uma pilotagem mais precisa e empolgante. Um dos pontos mais interessantes é o sistema de Force Feedback, aprimorado e mais silencioso do que o encontrado no G27 e que permite ao jogador sentir quando o carro pilotado está prestes a perder a aderência, por exemplo.
Aqui, vale uma ressalva: quem espera um salto instantâneo de desempenho ao se utilizar um acessório do tipo tende a se frustrar. Jogar um game de corrida em um volante exige uma coordenação extra e, por consequência, um período de adaptação. A tendência é que a melhoria de desempenho ocorra a médio prazo.
Vale o quanto custa?
Chegamos, então, ao ponto mais controverso do G29. De forma racional, é difícil defender a compra de um acessório tão específico e de preço similar ao de um console - ainda que haja alguns malucos capazes de terminar games como "Dark Souls" utilizando controles alternativos, é improvável que alguém utilize um volante para esse fim.
Há também de se considerar a instalação do G29. Ela pode ser feita em uma mesa comum, mas é provável que quem esteja disposto a gastar o valor cobrado pelo volante queira algo mais voltado a esse tipo de acessório. Neste caso, é possível encontrar suportes com preços que variam bastante: há desde modelos de cerca de R$ 400 até alguns que ultrapassam a marca dos R$ 10 mil.
Joga a favor do G29 o fato de ele poder ser usado também no PC, plataforma com os melhores simuladores do mercado, e no PlayStation 3. Não é suficiente, porém, para desconsiderar o alto preço cobrado, o que provavelmente fará com que o acessório fique restrito a entusiastas mais abonados.
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