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Por que existem jogadores genéricos em "FIFA" e "PES"?

Do UOL, em São Paulo

11/10/2016 17h07

A maldição dos jogadores genéricos continua assombrando tanto "FIFA 17" quanto "PES 2017".

Por que eles existem?

Isso acontece pois no Brasil não há uma associação que centralize as negociações para direitos de imagem dos atletas, a exemplo do que acontece em outros países.

Assim, as produtoras de jogos são obrigadas a conversar com cada jogador individualmente para colocá-lo no game. Outra possibilidade é negociar com clubes que já incluam nos contratos com os atletas os direitos de imagem - ou seja, o time negocia em nome do jogador.

"O direito de imagem quem negocia é o clube com os jogadores. Os times liberam os jogadores, nome e aparência conforme eles têm essa negociação com os jogadores", explicou André Bronzoni, gerente da série "PES", em entrevista ao UOL Jogos por ocasião do lançamento de "PES 2016".

"Quando a gente coloca jogadores que não são reais dentro do jogo não é porque a gente quer fazer isso, é porque a gente não pode fazer, não pode pelos contratos deles".

Temporada complicada

Aliás, no game da Electronic Arts neste ano a situação é pra lá de tensa nos times brasileiros: as 23 equipes nacionais no game apresentam elencos totalmente genéricos.

Pior ainda, a Electronic Arts não explica a situação, dizendo apenas que não tem novidades sobre nomes e aparências autênticas dos atletas.

Isso já aconteceu ano passado, com "FIFA 16", mas, naquela ocasião, o anúncio dos atletas genéricos no game já foi acompanhado da informação de que um update próximo ao lançamento do jogo incluiria uma grande quantidade de atletas licenciados.

Em 2014, o "FIFA 15" ficou sem times ou mesmo jogadores que atuam no Brasil. Na época, a EA alegou que mudanças nas políticas de licenciamento no Brasil impediram a inclusão dos clubes do Campeonato Brasileiro.

Na época, alguns times, como o Cruzeiro, ficaram surpresos com a decisão pois já tinham enviado para a EA nomes e números de jogadores.

Por outro lado, a Konami não passou por esses problemas, apresentando times brasileiros com boa parte dos elencos licenciados - ainda que alguns atletas apareçam genéricos nas últimas edições, como o goleiro Rogério Ceni, ou simplesmente não estejam no jogo, como acontece com Paolo Guerrero em "PES 2017".