Topo

Mercado de mangá no Brasil pode se igualar à Europa, diz autor de "Sidonia"

Yoshihiko Yamazaki, Tsutomu Nihei e Yamamoto-san vieram ao Brasil divulgar "Blame!" e "Knights of Sidonia" - Claudio Prandoni/UOL
Yoshihiko Yamazaki, Tsutomu Nihei e Yamamoto-san vieram ao Brasil divulgar "Blame!" e "Knights of Sidonia" Imagem: Claudio Prandoni/UOL

Claudio Prandoni e Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

05/12/2016 22h39

Ainda que o mercado de mangás no Brasil ainda seja muito menor do que o visto nos EUA, Europa e, claro, Japão, o país tem potencial para crescer e se equiparar à França, onde os quadrinhos japoneses são imensamente populares.

Esta é a opinião de Tsutomu Nihei, autor dos mangás de ficção científica "Knights of Sidonia" e "Blame!", de passagem pelo Brasil por conta de sua participação na CCXP 2016, no início do mês. Os dois títulos são publicados no Brasil pela editora JBC, sendo que "Sidonia" apareceu primeiro no Brasil por meio do anime, uma produção original da Netflix.

"Quando comparado aos mercados americano e europeu, o mercado brasileiro ainda é muito pequeno, mas noto muitas semelhanças com a França de 20 anos atrás, então vejo grande potencial de crescimento aqui", comentou ele em entrevista ao UOL Jogos.

"Eu já conhecia um pouco do mercado de mangás no Brasil e gostei muito de ver minhas obras sendo vendidas por aqui também".

Blame! Volume 1 - Divulgação - Divulgação
De estilo sombrio, "Blame!" foi um dos lançamentos da JBC na CCXP 2016
Imagem: Divulgação

Nihei veio acompanhado de Yoshihiko Yamazaki, produtor da animação de "Blame!", e Yamamoto, editor-chefe da revista Monthly Sirius, da Kodansha, e editor de "Aposimz", próxima obra de Nihei. Yamamoto-san também gostou do que viu por aqui.

"Concordo com o Nihei-sensei, mas vendo ao vivo as lojas de mangás por aqui, tenho a impressão de que é um mercado mais maduro do que eu imaginava.

O kanzenban de "Cavaleiros do Zodíaco", com capa dura, é um formato que não existe nem no Japão. Ou seja, o mercado está pronto para ousar um pouco mais.

O que falta neste momento é variedade maior de títulos. Quando isso acontecer, aí sim poderemos dizer que se trata de um mercado maduro de mangás".

Falando sobre o futuro dos mangás de maneira geral, Nihei acredita que muito em breve veremos o formato digital assumindo como principal forma de leitura no mundo todo.

"Meu processo de criação já é todo digital. Não tenho nenhuma resistência em relação aos mangás digitais e nunca tive nenhuma desvantagem trabalhando com eles, só vejo benefícios. Acho que eles vão ajudar os mangás a ficarem ainda mais populares".