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Teste: confortável e cheio de funções, Switch é boa promessa da Nintendo

Veja um resumo dos detalhes do Switch

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Barbara Gutierrez

Do UOL, em Nova York*

16/01/2017 10h05

Com funções já conhecidas desde o Wii remote e novos sensores e um sistema de vibração afiado, fica claro que o Switch é uma ótima ideia no papel, mas que os desenvolvedores ainda não sabem utilizar muito bem todas as novidades oferecidas pelo novo brinquedo que a Nintendo construiu.

Durante evento de teste do Switch realizado em Nova Iorque, UOL Jogos teve acesso à nova grande aposta da Nintendo. Com a ideia de ser um aparelho híbrido - tanto portátil quanto caseiro - o videogame tenta trazer inovação a um cenário no qual cada vez mais os consoles se assemelham a computadores com placas gráficas potentes.

O aparelho tem dois modos de uso: portátil e caseiro. No modo portátil, você terá em mãos o console com os dois JoyCon, que podem estar acoplados ao console ou separados, caso você esteja planejando uma jogatina com algum amigo e queira apoiar a tela em uma mesa.

Neste formato com os dois JoyCon, o Switch é apenas um pouco mais pesado que o Nintendo 3DS XL. É bem fácil encaixar ou tirar os dois pequenos controles do console, demonstrando praticidade para crianças e pais com pouca facilidade para novas tecnologias.

Nintendo Switch - Divulgação/Nintendo - Divulgação/Nintendo
Switch é o console de mesa que você pode levar para fora de casa
Imagem: Divulgação/Nintendo

Falando em crianças, foi possível observar que o lançamento da Nintendo é bem resistente. Durante o evento em Nova Iorque, admito que acabei derrubando o console na quina de uma mesa e ele acabou quicando no chão carpetado do local e, para meu alívio e do responsável pelo estande, nada aconteceu. Foi sem querer, mas também posso dizer que tudo isso aconteceu de propósito para fins científicos, claro.

O espaço de “The Legend of Zelda: Breath of the Wild” foi o único no evento que permitia ao usuário escolher como utilizar o Switch livremente, além de também possibilitar a transição entre as duas formas. Cada pessoa poderia ter no máximo 20 minutos de jogo e, quando chegou a minha vez, fui informada de que o meu modelo estava com a bateria baixa, pois apresentava constantemente mensagens de configuração para o modo portátil que aparecem apenas na primeira vez em que o usuário muda o console do modo caseiro para a palma da mão.

Apenas alguns minutinhos no dock deram conta da bateria para que eu passasse o resto da experiência jogando com Link de maneira portátil. Inclusive, me arrisco a dizer que o dock é uma base de plástico gourmet. Seu valor separado de US$ 90 dólares é caro e, na minha opinião, uma afronta. Suas funções são apenas recarregar bateria, ter a saída HDMI e permitir que o console  rode jogos em resoluções maiores que 720p, chegando no máximo a 1080p graças à energia fornecida diretamente pela tomada.

Apesar dos gráficos em alguns jogos terem seu potencial elevado na forma “caseira”, ainda parece que os desenvolvedores não souberam se aproveitar completamente disso. Destaque para "Splatoon 2" e "Mario Kart 8 Deluxe", que ao meu ver tiveram desempenho visual impecável nas duas formas do Switch.

Mas gráficos não são exatamente o que devemos esperar de mais positivo no novo videogame da Nintendo. Como disse no começo deste texto, se o usuário quer gráficos de última geração, o melhor é montar um desktop de última geração. Para mim, o Switch trata-se muito mais da experiência em si e das funcionalidades do aparelho, como os sensores de movimento tanto no Pro Controller quanto no console em si, permitindo que os jogos utilizem os movimentos dos jogadores para certos propósitos.

Conheça os primeiros jogos do Switch

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Experimentar um jogo de tiro como "Splatoon 2" na forma portátil da nova plataforma foi ótimo. Eu me senti extremamente confortável ao jogar movimentando as mãos para achar o ângulo da câmera correto e perseguir meus inimigos. Não são necessários movimentos muito bruscos e há uma conexão melhor em comparação ao Pro Controller, que para meu padrão tinha uma sensibilidade muito alta.

Quanto ao controle vendido separadamente, ele não encaixou bem em minhas mãos. Como estou acostumada a jogar em consoles, eu não conseguiria jogar "Legend of Zelda" por horas a fio sem ter um controle destes, mas ele com certeza não está na minha lista dos favoritos. Apesar de ser bem mais leve em comparação aos modelos da Sony ou Microsoft, seu formato ainda é um tanto quanto incômodo. Parece pequeno e muito “inchado”. Preferi muito mais jogar "Ultra Street Fighter II" com um JoyCon do que com o Pro Controller.

Dupla de JoyCon extra sai por US$ 80, mesmo preço do Pro Controller - Divulgação - Divulgação
Dupla de JoyCon extra sai por US$ 80, mesmo preço do Pro Controller
Imagem: Divulgação

Falando nos JoyCon, os pequenos controles são ótimos. Cabem perfeitamente na palma da minha mão, seus sensores estão afiadíssimos como pude perceber em "1-2 Switch", assim como me encantei com o sistema de vibração. Descobrir quantas bolinhas imaginárias estão dentro dele - como acontece em “Ball Count” - não é lá algo muito divertido, mas com certeza exibe o surpreendente potencial dos pequenos controles. Servem bem ao propósito de multiplayer local ao serem utilizados na horizontal, já que os botões direcionais e XYAB não são muito pequenos.

O protótipo exibido nos Estados Unidos era apenas em inglês e não foi possível dar qualquer tipo de espiada no novo sistema online que a Nintendo vai trazer para o console. Sem a costumeira trava de região, jogadores de todo o mundo poderão interagir e jogar entre si. Prepare-se para levar muita surra dos japoneses nos jogos de luta, por exemplo.

Por fim, a experiência do console com o "1-2 Switch" e "ARMS" com certeza é divertida e mostram suas inovações, mas os títulos se tornam cansativos após no máximo um par de horas. Sinto que, por enquanto, nenhum game realmente utilizou o potencial completo do console, que tem muito a oferecer.

Com preço de aparelho caseiro e jeitão de portátil bombado, acho que o Switch precisa rapidamente anunciar alguns dos novos 80 jogos em desenvolvimento, como disse Reggie na apresentação em Nova York. É um videogame que tem potencial, só falta cumprir essa promessa.

* A jornalista viajou a convite da Nintendo