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Para Riot Games, Brasil está preparado para Mundial de "LoL"; será mesmo?

Reprodução/League of Legends
Imagem: Reprodução/League of Legends

Barbara Gutierrez

Do UOL, em São Paulo

25/05/2017 11h06

O Mid-Season Invitational 2017 de "League of Legends" - o 'Mundialito' do jogo - finalmente acabou. Realizado pela primeira vez no Brasil, o evento teve altos e baixos.

Contando com a presença de Ronaldo Nazário na entrega de premiação, vimos um dos maiores astros do futebol brasileiro entregando uma medalha a Lee "Faker" Sang-hyeok, o melhor pro player de "LoL" do mundo.

O gesto já suficientemente histórico, ficou ainda mais marcante ao ser televisionado pela SporTV, comentado pela ESPN e por muitos outros veículos majoritariamente esportivos.

Ainda que o Brasil esteja atrás de países como Coreia do Sul ou Estados Unidos no quesito eSports, a discussão de que o meio competitivo eletrônico é ou não esporte já está velha. O esforço de equipes e empresas brasileiras deste cenário já é outro: melhorar a infraestrutura e o nível de pro players, equipes e campeonatos.

“O Brasil está preparado para receber um Mundial", diz Roberto Iervolino, gerente-geral da Riot Games no Brasil ao UOL Jogos. "O 'LoL' é conhecido pela grande maioria dos jogadores e o eSports alcançou popularidade, contando com eventos de grande porte e um campeonato profissional que acontece todo fim de semana, inclusive com transmissão pela TV a cabo. Ao mesmo tempo, nossa equipe realizou pela segunda vez um campeonato internacional, o que nos permitiu evoluir ainda mais no entendimento de como realizar eventos deste tipo no país.”

Ainda assim, há aspectos negativos que ocorreram no MSI, que foi realizado tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. Como exemplo, há o caso das cadeiras vazias no campeonato, reflexo de um erro da própria empresa na cobrança das entradas do torneio.

MSI - Reprodução/League of Legends - Reprodução/League of Legends
Imagem: Reprodução/League of Legends

"Assumimos que erramos ao estabelecer a faixa de preços para os ingressos do MSI. Os valores ficaram acima do esperado pelos jogadores, e acima dos praticados em outros eventos - como as finais do CBLoL", disse a Riot Games. A empresa reduziu o preço dos ingressos para os dias 19, 20 e 21 de maio no MSI do Rio de Janeiro, que só teve a Jeunesse Arena cheia no dia da grande final do mundialito.

Com uma infraestrutura de qualidade, a arena já foi utilizada nos eventos olímpicos em 2016. Mesmo sendo um local de difícil acesso no Rio de Janeiro, a escolha foi claramente pensada para reproduzir fielmente as partidas e não gerar nenhum transtorno aos milhares de fãs ao redor do globo, que assistem aos jogos por transmissões no conforto de seus lares.

Porém, mesmo com este tipo de cuidado, houve uma falha de segurança preocupante: logo após a vitória da SK Telecom T1 em cima da G2 Esports, um torcedor invadiu o palco e abraçou os jogadores vencedores. Como os melhores pro player do mundo podem correr um risco desses?

É claro que o gesto foi apenas gerado pelo carinho do fã, mas não não é sempre que se pode contar com este tipo de sorte. Há um exemplo recente de partida entre times de futebol que foi adiada por falta de segurança. As equipes Bastia e Lyon estavam se preparando para jogar pelo Campeonato Francês, mas os torcedores locais invadiram o campo para agredir os jogadores do Lyon ainda em abril deste ano.

O assunto da invasão durante o MSI foi comentado no Reddit pelo Rioter res0lute, dizendo que o invasor pulou de uma altura de aproximadamente 3 metros.

"A quebra de segurança é inaceitável - precisamos colocar uma proteção completa em torno dos jogadores profissionais. Avaliaremos isso imediatamente e colocaremos medidas de segurança adicionais para garantir que estamos fazendo todo o possível para proteger times e jogadores em competições presenciais", explicou o funcionário da Riot Games.

Mas, no geral, a avaliação final do Mundialito para a Riot Games é positiva. "Tivemos um forte engajamento do jogador, que teve a chance de ver os grandes times do mundo todo se enfrentando durante semanas. A torcida foi um espetáculo à parte e foi muito elogiada pelos times e pelos jogadores profissionais, tanto pela energia, como pelo apoio a todas as equipes quando mostravam garra e habilidade", finalizou Iervolino.

Agora, só falta nossas equipes e pro players melhorarem seu nível de jogo. Por enquanto, nunca tivemos um time brasileiro que performasse bem nos campeonatos internacionais, mas aos poucos chegamos lá. Se no passado nossos times precisavam suar a camisa para se classificar para o Mundial, agora vemos uma clara melhora em nossa técnica - apesar da RED Canids, nossa recente representante neste mundialito, sequer ter passado da fase inicial da competição.

Com a vaga certa no Mundial e uma 'Libertadores' de "LoL" à frente, feitos como a vitória da INTZ em cima de uma equipe favorita chinesa serão cada vez menos incomuns. A esperança de ver nossos jogadores fazerem bonito em um futuro mundial de LoL no Brasil só aumenta - mas esse momento pode ainda não estar tão próximo.