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Qual é a melhor hora para apresentar videogames para seu filho?

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Imagem: Reprodução

Victor Ferreira

Do Gamehall, em São Paulo

15/02/2018 04h00

Se você acabou de se tornar pai ou mãe, uma de suas maiores dúvidas (e desafios) é saber qual é o melhor momento de introduzir seu filho ao mundo da tecnologia e jogos interativos.

Afinal de contas, no mundo moderno é praticamente impossível evitar que sua criança não tenha acesso a dispositivos como celulares, tablets e videogames. Isso por um lado é positivo, já que estes aparelhos estão repletos de aplicativos e jogos capazes de desenvolver sua cognição e inteligência. Por outro lado, eles podem afetar seu desenvolvimento de formas negativas, e em certos casos expô-los a situações perigosas.

Por isso, UOL Jogos tirou dúvidas com especialistas para ajudar os pais a saber quando e de que forma é melhor apresentar seus filhos ao mundo dos games.

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A primeira lição que pais devem aprender é que o ideal é não expor seus filhos a smartphones, tablets, consoles e afins antes dos dois anos de idade.

"Seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, acredito que deve-se desencorajar e evitar a exposição de crianças com menos de 2 anos a dispositivos ou jogos eletrônicos”, explicou Carolina Gil, educadora e coordenadora de Tecnologia Educacional do Colégio Oswald de Andrade, em entrevista ao UOL Jogos.

Além disso, tanto ela quanto Fernando Collaço, gerente de conteúdo da plataforma de conteúdo infantil PlayKids, reforçaram a importância da supervisão dos pais e responsáveis na hora dos filhos interagirem com este conteúdo.

“Um dos pontos mais preocupantes da ausência de supervisão é o fácil acesso a outros ambientes e informações não recomendadas para a faixa etária da criança em questão”, explicou Collaço. “É muito importante os pais saberem quais os conteúdos estão sendo acessados, que estímulos esses conteúdos estão produzindo nos pequenos e observar a frequência de uso. Além disso, toda e qualquer conversa com a criança é importante na conscientização.”

A seleção de conteúdo também é um fator relevante. Ao recomendar os produtos da PlayKids, Collaço, claro, diz que eles passaram por uma “curadoria de conteúdos com especialistas em educação, que selecionam e entregam o conteúdo mais apropriado para as crianças."

Mas e quanto a crianças mais velhas, que já tem mais costumes com estes aparelhos e não querem jogar apenas games educativos, mas também games online e coisas do tipo?

Os pais e responsáveis devem primeiro conversar com a criança sobre os dispositivos, os cuidados ao manuseá-lo, o significado de estar online

Carolina Gil, coordenadora de tecnologia educacional do Colégio Oswald de Andrade 

"A ideia de que a internet é um espaço público e que, como em qualquer outro espaço público, existem cuidados a serem tomados, assim como deveres", diz. 

A professora também recomenda a instalação ou configuração de um filtro de segurança parental nos diferentes dispositivos, para garantir que o filho não tenha acesso a conteúdo impróprio.

Em geral, tanto em PCs quanto em consoles ou smartphones, o controle de conteúdo para pais pode ser encontrado no menu de Configurações.

Pai gamer - Reprodução/iStock - Reprodução/iStock
Imagem: Reprodução/iStock

Pais gamers

Pelo menos uma das vantagens de novos pais, que tendem a estar na faixa dos 20 a 30 anos, é que boa parte deles cresceu jogando videogames, e por isso tem uma base cultural maior para o que apresentar ou não aos filhos.

Não só isso. Muitos deles podem até jogar certos games com os filhos, como por exemplo “Minecraft”, que oferece várias oportunidades de exploração e diversão para diferentes idades.

“Sempre fomentamos os momentos de troca em família e nesse caso, os pais que cresceram jogando, e/ou mantém esse hábito até hoje, possuem um repertório muito amplo e interessante, o que ajuda na conexão com os filhos”, declarou Collaço.

Mas, como tudo, é importante moderar o horário em que joga com os filhos, também dando foco a outros tipos de atividade.

“Temas de interesse comum entre pais e filhos sempre colaboram para aproximação”, diz Carolina Gil. “No entanto é preciso tomar cuidado com as horas que são despendidas nos games.”

“Crianças e adolescentes precisam de contato com a natureza, precisam praticar esportes, se alimentar bem sem ser na frente da tela, etc.”