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Jogamos: "Mega Man 11" tem tudo (e mais um pouco) do que os fãs gostam

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL Jogos

29/05/2018 12h00

Não é fácil ser fã de "Mega Man" em pleno Século XXI. Considerando a série clássica, em pouco mais de 18 anos foram apenas quatro jogos novos: "Mega Man Powered Up", um remake do primeiro jogo da série e que foi lançado para PSP em 2006; "Mega Man 9" e "Mega Man 10", games canônicos da série, porém com gráficos em 8-bit e lançados em 2008 e 2010 para PC, PlayStation 3, Xbox 360 e Wii; e, por fim, o obscuro "Street Fighter x Mega Man", um crossover lançado para PC em 2012 no qual o robô azul enfrentava os personagens da famosa série de luta.

São pouquíssimos games e que foram lançados há muito tempo. E isso também vale para séries paralelas, como "Mega Man X", "Mega Man Zero" e "Mega Man ZX", que tiveram seus games mais recentes lançados próximos da metade da década passada.

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Foi com essa ansiedade de fã e com um certo receio que eu recebi o anúncio "Mega Man 11", game criado para comemorar os 30 anos da série. A parte do receio estava no fato de que o visual mostrado nos primeiros trailers do jogo não havia me agradado: tudo tinha uma apresentação excessivamente plana e a aparência do "Mega Man" parecia um tanto caricata. Parecia faltar aquela sensação de mundo vivo que games como "Mega Man 7" e "Mega Man 8" pareciam transmitir.

Ainda assim, parecia ser melhor do que nada. Felizmente essa impressão se desfez completamente após eu testar por pouco mais de uma hora uma versão preliminar do game.

Ele está de volta!

Na versão testada, dois estágios estavam disponíveis: o de Block Man e o de Fuse Man. Enquanto o primeiro tem como tema uma área em construção - e inimigos que seguem esse padrão - o segundo parece se passar em uma usina de eletricidade.

Sabe aquele incômodo citado com o visual dos primeiros trailers do jogo? Então, ele desapareceu completamente após poucos minutos de jogatina, com cenários que mesclam desenhos a mão e elementos 3D.

Além desse aspecto, também chamou a atenção a qualidade do design das fases, algo que sempre foi marca da série e um dos principais fatores de sua alta dificuldade.

Seções mais tranquilas se alternam com momentos nos quais há boas chances de você perder vidas em sequência e querer jogar o controle na parede - tudo para, em seguida, descobrir que havia um jeito mais simples de resolver o desafio. Quem não curte passar sufoco também pode selecionar níveis de dificuldade mais amenos, até se acostumar com a dinâmica do jogo.

O resultado é que jogar "Mega Man 11" transmite uma sensação enorme de familiaridade para veteranos da série. O personagem mantém seus principais movimentos, como os tiros carregados, o "carrinho" deslizante para passar por áreas mais apertadas e também conta com a ajuda do cão Rush para alcançar pontos mais altos do cenário.

Nem tudo, porém, é nostalgia.

Boas novidades

Em termos de jogabilidade - que continua afiada -, a principal alteração é o sistema de gears. Funciona assim: Mega Man pode usar três poderes especiais, sendo um deles a Speed Gear, que deixa a ação em câmera lenta e permite que o personagem se mova mais rapidamente pelos cenários; a Power Gear, que aumenta o poder dos tiros, permite disparos em rajadas mais carregadas do que o normal e também deixa as armas dos chefes mais poderosas; e a Double Gear, que só pode ser usada quando Mega Man está com pouca energia e combina o poder da Speed Gear e da Power Gear.

Esses poderes podem ser ativados a qualquer momento e, quando isso acontece, uma barra começa a ser consumida. Uma vez que ela se esgote, há um intervalo de tempo necessário para que o poder fique disponível novamente.

Tudo isso seria maravilhoso se os chefes de fase também não pudessem usar esse truque. Nos níveis testados, Block Man usava a Power Gear para se transformar em um robô gigante, enquanto Fuse Man se valia da Speed Gear para se mover de maneira extremamente veloz pelo cenários. Ficou claro que dominar o uso desse sistema será um pré-requisito para quem quiser se dar bem.

Outro ponto que merece destaque é a aparência de Mega Man enquanto utiliza a arma de algum chefe. Nos outros jogos da série, ele apenas mudava de cor nessa situação. Em "Mega Man 11", no entento, ele também incorporta mudanças de design, adotando características visuais do vilão cuja arma está sendo usada.

Um recomeço?

"Mega Man 11" está previsto para chegar ao PC, PlayStation 4, Switch e Xbox One em 2 de outubro. Até lá, os fãs poderão reviver a série com coletâneas, como "Mega Man Legacy Collection", cujos dois jogos chegaram recentemente para Switch, e com "Mega Man X Legacy Collection 1 + 2", que sai em 24 de julho para esses mesmos sistemas.

Resta agora torcer tanto para a versão final do game manter a ótima impressão deixada por essa demo. E também para que ele faça sucesso e a Capcom se empolgue a fim de trazer novidades para a série com mais frequência.