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Jogador pega 20 anos de prisão após trote que matou inocente

Tyler Barriss - Reprodução/Kansas.com
Tyler Barriss Imagem: Reprodução/Kansas.com

Do GameHall

01/04/2019 11h05

No final de 2017 a polícia dos Estados Unidos acabou matando um homem inocente, após receber uma ligação que denunciava um homicídio e sequestro de reféns, em um caso de "swatting" - quando uma ligação falsa é feita para a polícia com o intuito de atrapalhar um jogador em uma partida multiplayer, neste caso durante uma partida de "Call of Duty: WWII".

A ligação foi feita por Tyler Barriss de 26 anos de idade, que foi condenado a 20 anos de prisão nesta última sexta-feira (29), de acordo com informações da Associated Press.

Uma discussão entre dois jogadores de "Call of Duty" levou a uma falsa ligação depois que um dos envolvidos pediu a Barris para fazer o trote para o outro, que passou um endereço falso.

Barriss ligou para a polícia de Wichita e disse que o jogador havia assassinado seu pai e estava mantendo o resto da família como refém, passando o endereço que ele achava pertencer ao jogador que ele queria atacar.

A força tática da SWAT foi até o local, bateu na porta e quando Andrew Finch de 28 anos abriu, foi baleado e morto por um policial. Finch não era um jogador conhecido e não tinha nada a ver com o jogo "Call of Duty".

O oficial que atirou em Finch não foi acusado criminalmente. O jogador do "Call of Duty" que pediu a Barriss para golpear seu oponente, Casey Viner, de 18 anos, foi acusado de fraude eletrônica, conspiração para fazer um relato falso, obstrução da justiça e conspiração para obstruir a justiça.

Já a outra pessoa envolvida, Shane Gaskill, de 19 anos, foi acusado de obstrução da justiça, conspiração para obstruir a justiça e fraude eletrônica.

Barriss se confessou culpado de 51 acusações como parte de um acordo, incluindo a ligação falsa que resultou na morte, além de ameaças de bomba a vários estados dos Estados Unidos e Canadá.

Os promotores acreditam que é a mais longa sentença de prisão já imposta pela prática de "swatting".

Antes da morte de Finch, Barriss já havia feito dezenas de outras ligações e era "conhecido como o cara no Twitter que é bom nisso", disse seu advogado, Richard Federico.

Barriss pediu desculpas à família de Finch na sexta-feira, dizendo que ele assume total responsabilidade pelo que aconteceu.

"Se eu pudesse voltar atrás, eu faria, mas não há nada que eu possa fazer", disse ele no tribunal. "Eu sinto muito por isso".

Ele foi descrito por seu advogado como um solitário que "encontrou consolo na comunidade de jogos" quando se tornou um "serial swatter". Seu melhor amigo é alguém que ele conhece apenas online, seu pai morreu quando ele era jovem e sua mãe o abandonou.

A irmã de Finch, Dominica Finch, disse que Barriss recebeu o que merecia, mas que também quer ver a polícia responsabilizada. A família de Finch processou a cidade de Wichita e os policiais envolvidos. A polícia disse que o oficial que atirou em Finch achou que estava pegando uma arma porque moveu a mão em direção à cintura. Os promotores se recusaram a cobrar o oficial.

O FBI reconheceu o golpe como uma ameaça emergente já em 2008, notando que se tornou comum entre os jogadores.

"Esperamos que isso envie uma mensagem forte sobre esse trote, que é uma prática juvenil e insensata", disse Stephen McAllister, advogado dos EUA, a repórteres. "Gostaríamos de acabar com isso na comunidade de jogos e em qualquer outro contato. Swatting, como eu disse antes, não é uma brincadeira".