21/07/2008 - 22h19
Produtoras criticam formato da E3 de 2008
do Finalboss
Gustavo Petró/UOL Neste ano, a E3 contou com cerca de cinco mil convidados |
Até 2006, a E3 era indiscutivelmente a mais importante feira de games do mundo, para o qual as produtoras destinavam suas melhores novidades. Mas, a partir de 2007, o evento mudou radicalmente de formato, tendo uma escala ínfima de seus tempos de glória. Em 2006, foram 60 mil visitantes; neste ano, cerca de cinco mil.
Ainda que a edição deste ano tenha sido mais bem organizada que no ano passado - ao menos os estandes ficaram concentrados no mesmo espaço, o que não aconteceu em 2007 - ainda sobrou muitas críticas das produtoras.
John Riccitiello, executivo-chefe da Electronic Arts, comentou que "odeia a E3 do jeito que está". "Ou voltamos à velha E3, ou precisaremos ter nossos próprios eventos privados", afirmou. "Terrível" é o que Laurent Detoc, presidente da Ubisoft para os Estados Unidos, tem a dizer sobre o evento. "O mundo inteiro costumava vir à E3. Agora é como um show de encanadores num porão", detona.
David Perry, executivo-chefe de criação da Acclaim e fundador da Shiny Entertainment (hoje chamado de Double Helix), também expressou duras críticas à E3. "O conceito está quebrado, é caro, as mensagens se perdem, consumidores são ignorados (lembrando que o futuro dessa indústria é abrir canais com os consumidores - e não com os lojistas), a política de ingresso é estúpida, e não vale nada se a indústria do mundo inteiro não participa", comenta.
Em resposta às críticas, Mike Gallagher, presidente da ESA, associação que defende os interesses da indústria de games nos Estados Unidos e organizadora da E3, disse que o grupo vai continuar a ajustar o formato da E3 aos gostos de seus membros e que deve aumentar de tamanho para o ano que vem.
Consumidor de fora
Não foram apenas as produtoras que reclamaram do evento. Michael Pachter, analista da Wedbush Morgan, afirmou que, se a E3 não mudar de formato, "caminhará para a extinção". "Antes do ano passado, distribuidoras e fabricantes de consoles usavam a E3 para satisfazer a necessidades de seus clientes: mídia, lojistas, investidores e consumidores. Ao tirar o consumidor da equação, a ESA afastou muito da mídia televisiva", afirma. Para Pachter, que diz ter ouvido diversas produtoras, "a grande maioria prefere o retorno à glória das E3 passadas". "Acreditamos que os menores custos do show não compensam à perda de milhões de dólares em publicidade gratuita, e é preciso que a ESA recupere a audiência para uma escala administrável, mas espetacular", conclui.
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- Cobertura UOL da E3 2008