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06/06/2009 - 15h44

Jogo que se passa em Guantánamo não será mais lançado

do Finalboss
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O game "Rendition: Guantanamo", que estava em produção pelo estúdio escocês T-Enterprise exclusivamente para Xbox 360, não chegará a ver a luz do dia. Em comunicado oficial, Zarrar Chishti, diretor do estúdio, informa que o game não será finalizado em função de "reações extremas" direcionadas ao projeto. O jogo estava programado para ser lançado em janeiro de 2010.

O título se passaria em uma prisão de Guantánamo fictícia, não controlada pelo exército americano, mas sim mercenários, com prisioneiros submetidos a experimentos científicos.

Durante o desenvolvimento, o time de produção contratou Moazzam Begg como consultor interno. Begg, um cidadão britânico, foi preso em janeiro de 2002 sob acusações de terrorismo. Ele foi mantido durante três anos em Guantánamo, o campo de detenção controlado pelo governo americano desde 2002, após os ataques em 11 de setembro, para onde eram enviados os criminosos considerados terroristas.

De acordo com o estúdio, Begg foi chamado não apenas por motivos politicamente corretos, mas sim para ajudar no design interior da prisão, por conta de sua vivência interna. Tal movimentação causou uma enorme especulação, sendo acusado por diversos veículos de que a empresa estaria produzindo um jogo pró-terrorismo.

Apenas um jogo

Em comunicado oficial, Chishti diz que gostaria de esclarecer quaisquer problemas e desentendimentos que foram gerados na controversa história. Além disso, informa que a T-Enterprise desistiu de lançar o game. "Infelizmente, todas as especulações feitas por diversos veículos e sites foram imprecisas e mal informadas. Baseados em um simples trailer que mostrava pouco do game, muitas conclusões sem fundamento foram feitas", diz. "O jogo nunca foi feito para ser uma propaganda ou uma ferramenta em prol do terrorismo, ou até mesmo para glamourizar o terrorismo", afirma.

Chishti deixa claro também que o personagem principal nada tem a ver com Begg. "Primeiro de tudo, o personagem central não é Moazzam Begg. Seu nome é Adam e ele foi preso por conta de uma confusão de identidades, ele nunca foi terrorista. A T-Enterprise é contra todas as formas de terrorismo e nunca iria procurar se associar a algo assim. Além disso, a Guantánamo do game seria controlada por mercenários e não teria o envolvimento de militares americanos. Nós apoiamos os exércitos americanos e britânicos que combatem o terrorismo no mundo", afirma.

Em seu comunicado, o diretor nega ainda supostos envolvimentos do estúdio com a organização terrorista Al-Qaeda, ideia que foi levantada por veículos de comunicação. "Nada disso é verdade. O jogo foi planejado para simplesmente ser uma diversão para adultos em um videogame", garante.

Guantánamo vem sido alvo de polêmicas recentes, que aumentou com a posse de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos. Recentemente, Obama assinou um decreto-lei para fechar a prisão de Guantánamo ainda no primeiro ano do seu mandato, mas o Senado bloqueou fundos para soltar os prisioneiros.

Iraque

Caso similar ocorreu com o game "Six Days in Fallujah", outro título que teve sua produção interrompida graças a polêmicas geradas em seu desenvolvimento. Na ocasião, a Konami, distribuidora do jogo, anunciou que não iria mais lançar "Six Days in Fallujah", game de guerra baseado nos eventos da Guerra do Iraque. A companhia havia tomado a decisão após analisar o impacto negativo causado pelo proposto conteúdo, que estava em desenvolvimento pela Atomic Games e contava com mais de três dúzias de veteranos da Guerra do Iraque como colaboradores da produção.

"Depois de ver a reação nos Estados Unidos ao jogo e ouvir opiniões via telefonemas e e-mails, decidimos dias atrás que não vamos mais vendê-lo", disse um representante da Konami. "Pretendíamos transmitir a realidade das batalhas aos jogadores de forma que eles pudessem sentir o que era estar lá [no Iraque]".

Veteranos de guerra criticaram a proposta da Konami, dizendo que a ideia era de "julgamento pobre e de mau gosto", e o jogo "glorifica" a violência e a "enorme quantidade de vidas perdidas" numa guerra que ainda acontece. Na ocasião, Anthony Crouts, executivo da Konami, afirmou que a empresa não tratava seu jogo como uma declaração política, e sim "uma envolvente experiência de entretenimento". Representantes da Stop The War Coalition criticaram o evento que inspirou o game em declaração feita ao site de tecnologia TechRadar: "O massacre conduzido pelos exércitos americano e inglês em Fallujah em 2004 é o pior dos crimes de guerra em uma guerra ilegal e imoral". Segundo estimativas, o confronto em Fallujah deixou 1,2 mil iraquianos mortos, além de 38 soldados americanos.
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