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10/10/2009 - 14h52

Convidados inovam turnê do Video Games Live no Brasil

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL

Reinaldo Canato/UOL

A jovem Laura "Flute Link" Intravia impressiona com músicas de "Zelda" na flauta

A jovem Laura "Flute Link" Intravia impressiona com músicas de "Zelda" na flauta

Encerrou nesta última quarta-feira (7) em São Paulo a turnê brasileira do espetáculo Video Games Live, show criado pelo compositores Tommy Tallarico e Jack Wall que consiste em uma orquestra tocando músicas de videogame acompanhada de telões com imagens dos jogos homenageados e outros instrumentos, como guitarra e teclado.

O show foi criado em 2005 e esta foi a quarta passagem pelo Brasil, que recebe o VGL anualmente desde 2006. As cidades que o receberam desta vez foram Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, nos dias 30 de setembro, 1, 4 e 7 de outubro, respectivamente.

Quem foi presenciou uma performance cheia de personalidade, divertida e variada, mas que começa a mostrar desgaste da fórmula e certos deslizes por ocasião do amplo sucesso - o VGL é o show de game music mais rentável e com mais apresentações por ano no mundo inteiro.

Déjà vu com novidades

Seguindo a tradição já consolidada nos Estados Unidos e outros países, o VGL dá chance a talentos nacionais brilharem antes da performance da orquestra. Com exceção de Salvador, todas as cidades contaram com uma banda diferente para a abertura da apresentação, todas dedicadas exclusivamente a músicas de games. Abreu Project fez as honras em Belo Horizonte, os paulistanos do Gameboys subiram ao palco no Rio de Janeiro e a já popular Megadriver empolgou o público em São Paulo.

Antes da música começar a soar, vídeos populares da Internet com piadas referentes a games passaram nos telões, um inclusive homenageando o falecido cantor Michael Jackson. Ainda que essa prática sempre agrade ao público, quem foi ao VGL em anos anteriores certamente se decepcionou ao ver exatamente os mesmos vídeos e piadas. E este é apenas o primeiro momento da noite no qual a sensação de repetição incomoda quem já viu o show antes.

O primeiro bloco contou com segmentos populares, como os medleys das séries "Castlevania", "Sonic" (ainda um dos melhores arranjos do VGL), "Metal Gear Solid" (com a já manjada aparição de um soldado seguido por uma pessoa escondida em uma caixa, em alusão ao game) e "Metroid", pontuados pelas tímidas estreias dos trechos de "Silent Hill 2" e "Shadow of the Colossus" - trilhas extensas e aclamadas por fãs, que tiveram pouco tempo no palco. O brilho maior ficou por conta da convidada Laura Intravia, conhecida na Internet como Flute Link, que tocou na flauta um animado e impressionante medley de "Legend of Zelda", fazendo dueto com si própria por meio de playback. Aliás, tanto os playbacks quanto os convidados especiais marcaram de forma especial a turnê 2009 do VGL no Brasil - os playbacks de forma negativa, os convidados como grande trunfo.

No intervalo, um já esperado vídeo com trechos de diversos jogos, agradando uma imensa parcela do público. No retorno, um bloco com franquias de peso também. "God of War" impressionou como sempre pela pompa, desta vez amparada por performances de Laurie Robinson (esposa do maestro Emmanuel Fratianni) e Laura Intravia, ambas cantando.

Entrevista com Norihiko Hibino
Medalhões consagrados como os medleys de "Kingdom Hearts", "World of Warcraft" e "Super Mario Bros." foram entremeados pela aparição de Norihiko Hibino, saxofonista japonês que compôs músicas para a série "Metal Gear Solid". O artista interpretou com esmero "Snake Eater", tema de "MGS 3", de autoria dele mesmo, sendo um dos pontos mais impressionantes do espetáculo.

Já o trecho de "Halo" surpreendeu a todos com o surgimento de uma pessoa fantasiada de Master Chief, brandindo uma bandeira do Brasil. Mostrando que sabe exatamente como conquistar o público, Tallarico entregou também ao herói uma bandeira com os anéis dos Jogos Olímpicos, em alusão à escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.

O desfecho do espetáculo foi marcado pela praticamente obrigatória "One-Winged Angel", tema do vilão Sephiroth, do RPG "Final Fantasy VII", cujos trechos no coral foram acompanhados por um público em êxtase. O bis veio na forma dos segmentos mais requisitados pelo público nos últimos anos: medleys de "Mega Man" e a série "Chrono".

O mascote azul da Capcom ganhou um segmento com grande ênfase na guitarra, englobando apenas algunas dos temas mais marcantes da vertente clássica - deixando assim de lado algumas canções de qualidade, porém, menos populares e músicas da série "X" e todas as outras. Já "Chrono Trigger" e "Chrono Cross" receberam tratamento de luxo, com Tallarico tocando violão e Laura e Hibino subindo ao palco mais uma vez, conferindo personalidade única às faixas (principalmente "Scars of Time", de "Chrono Cross") pela mistura de orquestra, violão, flauta e saxofone. Temas memoráveis ficaram de fora do trecho, mas de qualquer maneira é um trabalho de qualidade, acima da média de outros medleys do próprio VGL.

Mais do que um show musical

Falar do Video Games Live hoje em dia não é apenas questionar a escolha de jogos homenageados e a qualidade dos arranjos. Tal como fora planejado, o show cada vez mais se torna um espetáculo multimídia. Neste ano foi possível ver no Brasil um evento pré-espetáculo, com estandes de empresas oferecendo promoções e games para o público degustar.

Além disso, a banca de produtos oficiais trouxe uma seleção ampla e variada - ainda que a preços salgados. CD oficial do evento, livreto com fotos oficiais, chaveiros, bonés e camisetas eram apenas alguns dos itens disponíveis. Além do concurso de fantasias no palco, houve também performance de "Guitar Hero: Aerosmith" (infelizmente o VGL não obteve permissão para trazer "GH: Van Halen" como havia prometido) e o tradicional "Space Invaders" no telão, em que uma pessoa anda pelo palco para mover a nave do clássico jogo, enquanto a orquestra reproduz ao vivo a trilha sonora.

De maneira geral, a turnê 2009 do VGL reciclou diversos elementos consagrados dos anos anteriores, o que acaba desagradando por demais quem já esteve em outras apresentações justamente pela repetição. Até mesmo as piadas de Tallarico aparecem nos mesmos momentos. Alie a isso o uso exagerado de playbacks, tirando muito da autenticidade do espetáculo.

Desagrada quem já viu, mas a fórmula continua funcionando: a cada brincadeira, anúncio e trejeito exagerado de Tallarico na guitarra o público vibrava como se fosse uma final de campeonato de futebol.

Entrevista com Tommy Tallarico
Vale ressaltar que as mudanças na setlist do show também visam a agradar um público cada vez mais amplo (intenção essa que Tallarico faz questão de frisar em toda entrevista sobre o foco do VLG), tirando segmentos de qualidade - como o medley de "Civilization IV" e a suíte de "Advent Rising" - em favor de franquias mais populares no Brasil.

De maneira geral, o Video Games Live mostra que encontrou uma fórmula de sucesso e que não se inibe em replicá-la. Porém, ainda que a repetição desagrade aqueles que já apreciaram o espetáculo em outras edições, fato é que os convidados tornaram a experiência única e os novos segmentos - ainda que alguns sejam fracos e pouco elaborados - fizeram valer o preço do ingresso.
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Video Games Live é a consagração da trilha sonora em jogos eletrônicos

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