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16/12/2009 - 11h33

Rio de Janeiro aprova games como ferramenta de ensino

CLAUDIO PRANDONI*
Enviado especial ao Rio de Janeiro

Claudio Prandoni/UOL

A competição é disputada em jogos para computador criados em Flash

A competição é disputada em jogos para computador criados em Flash

Para muitos pais e professores, videogame e estudo simplesmente não combinam. Supostamente, os games capturam toda a atenção dos jovens, tirando deles o interesse em ler e pesquisar sobre os conteúdos aprendidos na escola. Porém, uma inusitada iniciativa tem como proposta exatamente juntar os dois e utilizar os games como uma maneira de incentivar crianças a se interessarem por aquilo que os professores falam em sala de aula.

O Rio de Janeiro sediou nesta última segunda-feira (14) a final da OJE-RJ 2009, as Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação, competição entre escolas da rede pública de ensino em games educacionais. Um total de 1.117 alunos de 24 escolas diferentes participaram durante um mês de disputa, um leve aumento em relação à primeira edição, realizada em 2008 em Pernambuco, com 1.100 alunos de 20 escolas.

Segundo Teresa Porto, Secretária de Educação do Rio de Janeiro, "o projeto foi tão bem sucedido que o governador decidiu ampliar para toda a rede de ensino em 2010", sendo que a duração da competição também aumentará de um para seis meses.

Reprodução
"Rock Beat", "Imuno", "Planetários" e mais
OS JOGOS DA OJE
A decisão vem após os bons resultados obtidos pela OJE, cujo principal objetivo promover os jogos eletrônicos como ferramenta de debate e ensino em sala de aula. Conforme explica Teresa, "a diferença está em colocar uma linguagem mais moderna e atual para lidar com a educação". De fato, em termos de mecânica os jogos da OJE se assemelham demais a produções já existentes, como jogos de tiro, quebra-cabeça e ritmo musical.

Conforme explica o professor Luciano Meira, responsável pedagógico da OJE e integrante do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a ideia é justamente manter um estilo familiar e "enterrar" nele o conteúdo que os professores precisam ensinar. Este conteúdo, por sua vez, não é essencial, mas ajuda a conseguir melhor desempenho no game. "Por exemplo, em um jogo de nave, estilo shoot'em up, o cara pode conseguir uma boa pontuação só por jogar bem, mas se ele souber bem o conteúdo que o professor ensina, vai conseguir aplicar no game e conseguir ainda mais pontos", explica ele.

De acordo com o professor Daniel Fraguas, do Instituto Educacional Clélia Nanci e que liderou 22 das 142 equipes da OJE, os benefícios do uso de games em sala de aula é visível e "ajudou principalmente pelo fato de os alunos passarem a pesquisar para poder responder alguns dos enigmas propostos". "O jogo não ensina diretamente, mas incentiva a pesquisa por parte do aluno, seja num livro, na internet ou mesmo com um professor", completa ele.

A COMPETIÇÃO
Divulgação
O projeto da OJE é de criação do pólo tecnológico Porto Digital em parceria com a Secretaria de Educação de Pernambuco e um consórcio de empresas pernambucanas que inclui estúdios e centros de pesquisa. A edição no Rio de Janeiro foi realizada em parceria com as Secretarias de Cultura e Educação do estado.
Inclusive, por conta desse incentivo à busca pelo conhecimento em várias fontes, Luciano Meira prefere classificar os jogos como "conversacionais" em vez de educacionais. "Os alunos falam com outros alunos e com os professores sobre os games, e os professores falam sobre o conteúdo educativo dentro das atividades", explica ele sobre o efeito que os games causam nas salas de aula.

Fora as observações feitas por professores em sala de aula e os responsáveis pela OJE em competições, ainda não há dados ou pesquisas que ilustrem de forma conclusiva os benefícios do uso de jogos nas escolas. Ainda assim, tais informações já estão sendo mensuradas para serem publicadas em 2010 e Luciano Meira, junto com André Neves e Geber Ramalho, todos da UFPE, publicaram na última edição do SBGames o artigo "Lan House na escola: uma olimpíada de jogos digitais e educação" no qual relatam, com base em dados preliminares, o impacto da utilização dos games na rede pública de ensino.

O lado dos produtores

Para aqueles que trabalham na produção de jogos ou almejam um dia ingressar na área, o campo dos games educacionais apresenta peculiaridades. Camilla Avellar, game designer que já integrou o estúdio de Barcelona da produtora Digital Chocolate e atualmente trabalha na produção da OJE, conta que "é necessário saber como passar informações que não são exatamente aquelas que os jogadores estão acostumados a receber. É um desafio muito grande: além de fazer um jogo divertido, tem que ser eficiente em passar as informações".

Apesar de acreditar que o mercado brasileiro de jogos eletrônicos está evoluindo bastante, principalmente pela abertura de novas faculdades, a instalação de estúdios da Ubisoft no país e o anúncio de um curso de pós-graduação por parte da produtora francesa, Camilla acha que o segmento de jogos educativos ainda é pouco valorizado, mas que o projeto da OJE pode ajudar a elevar o gênero a um novo patamar.

* O jornalista viajou a convite do Porto Digital.
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Site oficial da OJE

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