Originais de eventos de desenhos japoneses, os cosplayers, pessoas que se vestem igual a personagens fictícios ou não, já aparecem em eventos dos mais diversos, incluindo os focados em jogos eletrônicos, como a E3, a Tokyo Game Show e a orquestra Video Games Live.
Geralmente, os holofotes são reservados para os praticantes norte-americanos e japoneses, que costumam chamar atenção pelas fantasias detalhadas e parecidas com a obra original nos mínimos detalhes. Contudo, recentemente uma brasileira chamou atenção pelo impressionante cosplay de Samus Aran, protagonista da série "Metroid".
Thaís "Yuki" Fonseca, 26, não é nenhuma novata no ramo. Praticante de cosplay há cerca de nove anos, a moça já criou roupas baseadas em diversos jogos eletrônicos, desenhos animados e outros tipos de obras, como o musical "O Fantasma da Ópera".
O talento de Thaís é tão reconhecido pela comunidade cosplayer que ela já ganhou vários prêmios e foi convidada especial em eventos, incluindo até o VGL, do qual participou em três ocasiões. Neste mês de janeiro ela é finalista de um campeonato que acontece em São Paulo e atração em outra competição que acontece no México. Já em abril ela vai aos Estados Unidos, novamente como convidada.
Nos games, ela é fã principalmente das séries "Resident Evil", "Silent Hill", "Castlevania", "Final Fantasy" e "Metroid", o que acaba influenciando bastante seus cosplays.
UOL: É caro se dedicar ao cosplay?Thaís "Yuki": Depende do tipo de roupa que você escolhe fazer. Alguns eu consigo fazer praticamente a custo zero, reaproveitando materiais, e costurando sozinha. Em média eu gasto uns R$150,00 em um cosplay completamente novo, não muito complexo.
UOL: Como você começou a se envolver com as competições oficiais de cosplay? O que você acha destes eventos?Thaís: Competir nos concursos sempre foi parte da diversão pra mim, desde o meu primeiro cosplay. Eu gosto de poder interpretar o personagem no palco. Existem competições maiores que possuem uma infraestrutura maravilhosa, e as apresentações acabam se tornando um verdadeiro show.
UOL: Como você sustenta a produção de seus cosplays? A premiação dos eventos ajuda? Há patrocinadores interessados na área de cosplay?Thaís: Eu produzo cosplays e outros tipos de figurinos sob encomenda. Poucos eventos possuem premiação em dinheiro mas, quando existe, esse tipo de prêmio ajuda bastante a cobrir os custos com novos cosplays. Infelizmente até agora ninguém se ofereceu para me patrocinar não.
Thaís vestida como Ada Wong, de "Resident Evil |
UOL: Fale um pouco sobre sua experiência com os eventos internacionais.Thaís: Sempre fui muito bem recebida nos países que visitei até agora. As pessoas tem sido muito receptivas e prestativas. Gostam de mostrar os pontos turísticos do lugar, as comidas típicas. Nessas viagens acabei fazendo muitos amigos com quem continuo mantendo contato.
UOL: Quais são os trabalhos que você mais se orgulha e quais foram os mais difíceis de realizar?Thaís: Eu realmente me orgulho de todos, pois cada um é resultado de muito esforço meu e de pessoas queridas. Com certeza o mais difícil até hoje foi a Samus.
UOL: Fale sobre suas participações no Video Games Live.Thaís: Um amigo meu faz parte da equipe de produção. Em um dos ensaios fomos lá mostrar algumas fotos para o Tommy Tallarico. Ele gostou dos nossos cosplays (meu e do Vingaard [colega de Thaís que se vestiu como o herói Cloud]) de "Final Fantasy VII", e fizemos uma participação na primeira edição brasileira do Video Games Live. Desde então, além do Sephiroth, eu já participei como Alucard ("Castlevania"), e Samus ("Metroid").
Acho que essa primeira vez foi a minha participação preferida, por que escutar One Winged Angel sendo executada ao vivo é algo impressionante. Foi incrível me sentir fazendo parte daquilo.